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Hits, edição brilhante e Austin Butler: o que vale a pena no novo filme de Elvis

Novo filme é frenetico, longo e tem bons momentos

Publicado em 12/08/2022 03:14
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“A única coisa que os negros podem fazer por mim é comprar os meus discos e limpar os meus sapatos“. A frase anterior nunca realmente foi dita por Elvis Presley mas muitos jornais não se importaram na década de 60 em atribuir à frase ao astro. A primeira grande fake news do mundo da música foi um tropeço midiático daqueles na carreira de Elvis e apesar de Fats Domino e os verdadeiros reis do rock Chuck Berry e Little Richard dizerem que o Rei abriu as portas pros negros na música, o novo filme sobre o astro de Tupelo não dá muita bola pra esses fatos. O novo filme, porém, exibe esse paradoxo dum branco cantando como negro em algumas cenas literals e mostra rapidamente Little Richard, uma das primeiras bichas pretas da historia da musica cantando Tutti Frutti um dos maiores classicos do Rock n’Roll. Em tempos de Black is Beautiful, o apoio que Elvis deu para à música negra poderia ter ganho mais espaço.

Mesmo assim, o novo filme de Baz Luhrman é quase tudo que se espera de um filme de Baz Luhrman. A brilhante montagem que ficou a cargo de Matt Villa (O Grande Gatsby) e Jonathan Redmond é de longe uma das edições mais dinâmicas e divertidas do cinema comercial recente. Burning Love. Blue Shuede Shoes. A Little Less Conversation. Suspicious Minds. Can’t Help Falling in Love. Jailhouse Rock. Todos os grandes hits estao la, o que pode deixar quase todo mundo balançando os pézinhos mas pode deixar torcendo o nariz, aquele fã mais fiel que assistiu os DOCS sobre o cantor. A prisão, o irmao gemeo, o gospel black, o apoio à música negra, a briga com Frank Sinatra, o encontro frustrante com os Beatles, o triangulo amoroso nas aulas de Karate, a defesa pela vacina, alguns fatos marcantes poderiam ter sido explorados pelo longa que tem inesgotaveis 2h40.

É uma porra dum Lord of The Rings do Elvis Presley mas a edição cirúrgica e a performance sexy sem ser vulgar duma explosão sexual chamada Austin Butler vale mais do que a pena. Misturando sua voz a alguns vocais historicos de Elvis, o jovem tem a oportunidade de mostrar a brilhante estrela em ascension em Hollywood que é. Como definiu Tony Goes em seu blog é algo como ver o nascimento de um novo John Travolta. Não sobra muito para Tom Hanks que apesar de estar soberano no papel do controverso empresario Tom Parker, acaba sendo ofuscado de leve por Butler e pela montagem frenetica do longa. O novo filme de Elvis tem tudo que uma boa cinebiografia musical exige. Poderia so ter conectado melhor a historia do cantor aos tempos que vivemos. Vida longa ao Rei.

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