André Paixão, também conhecido como Nervoso, se entrega à calmaria com o lançamento do single ‘Litoral’

Músico carioca mergulha em parceria improvável e transforma poema em canção, marcando uma nova fase em sua carreira solo

Publicado em 05/07/2023 16:54
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O músico carioca André Paixão, também conhecido como Nervoso, famoso por integrar bandas como Tripa Seca e Nervoso e Os Calmantes, traz uma nova abordagem em seu mais recente single intitulado “Litoral”. A canção, que nasceu a partir de um poema de Thiago Cervan encontrado na revista Piauí, é um mergulho na calmaria e já está disponível para streaming em diversas plataformas musicais, acompanhada de um clipe envolvente.

A parceria entre André Paixão e Thiago Cervan foi um encontro improvável, onde a poesia ganhou novos contornos e ritmos na música de André. Embora os dois não se conhecessem pessoalmente, uma aproximação através da internet possibilitou essa colaboração única, embora não tenha sido sem alguns obstáculos.

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O encontro com o poema “Litoral”, de Thiago Cervan, despertou em André uma profunda emoção e reflexão sobre a jornada artística e as lutas enfrentadas ao longo do caminho. Após entrar em contato com o poeta pelas redes sociais, André recebeu uma resposta positiva, mas logo percebeu que Thiago havia desaparecido das redes. No entanto, com a ajuda de Guilherme, filho de André, foi possível rastrear o contato de Thiago e dar continuidade à parceria.

“Litoral” marca uma nova fase na carreira solo de André Paixão, que é conhecido por sua versatilidade e por transitar entre projetos musicais com personalidades distintas. Além de músico e cantor, ele acumula títulos como compositor, produtor e designer de áudio, tendo colaborado com diversas bandas e artistas renomados ao longo de sua trajetória. Além disso, André também atua como produtor, diretor musical, compositor e arranjador de música para filmes, peças de teatro e séries.

Atualmente, André Paixão é sociodiretor da Areia Produções Artísticas e do selo Super Discos. Ele continua a lançar trilhas sonoras originais e a trabalhar com outros artistas, mostrando-se ativo e dedicado na indústria musical. Com “Litoral”, André mergulha em uma vertente mais intimista e intensa de sua carreira solo, oferecendo ao público uma experiência única e envolvente. O single já está disponível para audição em plataformas de streaming, enquanto o clipe pode ser encontrado em seu canal oficial no YouTube.

Como surgiu a colaboração entre você e Thiago Cervan para transformar o poema “Litoral” em uma canção?

Estava lendo a Revista Piauí e me deparei com esse poema, que me despertou uma melodia e a possibilidade de criar uma canção. Não conhecia o autor e, depois de alguns dias, consegui entrar em contato com ele, que gostou da ideia. Mandei uma demo inicial para saber o que ele achava e obtive a benção.

Como foi o processo de composição e produção da música “Litoral”? Quais elementos musicais foram adicionados para transmitir a mensagem do poema?

Se você reparar, existe uma cadência na harmonia que vai descendo durante os primeiros versos e que sobe durante os seguintes. Depois volta para a descida e por aí vai.  É uma ideia simples, mas que, para mim, reverencia a poesia do Thiago. Não foi planejada, apenas surgiu quando peguei no violão. Gravei uma guia bem solta, mas depois fui refazendo as partes de violão e voz. Os arranjos de violoncelo era um solo de violão, na verdade, mas resolvi adaptar e o Lucas Freitas da Orquestra de Rua, executou.

Qual é a mensagem principal por trás da música “Litoral” e por que ela é significativa para você como artista?

A nossa vida é cheia de inconstâncias e imprevisibilidades, como a natureza descrita pelo Thiago no texto. Me diz muito sobre nosso ofício na arte, sobre como temos que lidar com esse vai e vem dos eventos e das responsabilidades (nossas ou não) e a iminência de se estar num lugar hoje e em outro amanhã.

André Paixão (Foto: Pino Gomes)

Como foi a experiência de gravar o videoclipe de “Litoral” na Pedra do Arpoador? Qual foi a ideia por trás da direção do clipe?

Foi um vídeo relativamente fácil de fazer. Não houve muito o que pensar. Não tínhamos dinheiro para produzir, então resolvemos passar uma tarde agradável na pedra tocando violão para as pessoas. A Bia, assistente aqui do estúdio e o Markão Oliveira, grande cinegrafista, estavam lá comigo e foi mágico. Como a própria concepção da música.

Você mencionou que “Litoral” marca uma nova perspectiva em sua carreira solo. Como você descreveria essa nova fase e o que os ouvintes podem esperar em seu trabalho futuro?

Dediquei muito tempo a produzir trabalho de outros artistas aqui, o que me deu muito prazer. Mas deveria ter dado mais atenção às coisas que me dizem respeito como artista. Tem muito e ver com a organização de tempo e prioridades. Sou grato por não perder a veia criativa e só isso já me basta para poder seguir com novas músicas, que é o que mais me dá satisfação.

Além de sua carreira musical, você tem experiência como produtor, diretor musical e compositor. Como essas experiências influenciaram sua abordagem artística e criativa em “Litoral”?

Como tudo em que me meti atrevidamente na vida, essas vertentes sempre contribuíram para o que sempre está em vista, a música. Não tenho consciência de como essas experiências contribuíram, mas, certamente, geram alicerces naturais que dão sentido e justificam o caminho escolhido na composição.

André Paixão (Foto: Pino Gomes)

Como é administrar a Areia Produções Artísticas e trabalhar no selo Super Discos? Como essas plataformas ajudam a promover seu trabalho e de outros artistas?

A Areia é um projeto da Guta Stresser, que me convidou para ser sócio dela. É um meio de viabilizar nossas loucuras e fechar trabalhos artísticos dentro do corporativo. O selo só existe oficialmente por conta do CNPJ e a turma do 2Bit Records que entrou com a gente como parceiros está arrebentando e me ensinando muito sobre como lidar com nosso ouvinte mais exigente, o algoritmo. A gente fechou uma parceria com a InGrooves que faz um trabalho super diferenciado, com uma comunicação rápida, personalizada, sem a nebulosidade das outras agregadoras que não dão muita atenção aos artistas menos bombados na rede

Você mencionou ter colaborado com vários criadores renomados no campo audiovisual. Como essas colaborações enriqueceram sua jornada artística e quais são seus projetos favoritos até agora?

Sinto falta de fazer música para cinema e teatro. É um dos maiores prazeres ter essa possibilidade de trazer música para contar uma história que está sendo contada por outras pessoas. No caso do documentário “Madame”, tinha o André da Costa Pinto contando a história da ativista Camille Cabral, que lá estava contando sua história. Crescida no Nordeste brasileiro, ela se tornou a primeira vereadora trans em Paris. E no filme tem a volta dela para Barra de São Miguel, onde encontra amigos e parentes. A música foi contando essa história través de duas paletas sonoras distintas, uma para os momentos dela na Paraíba e outra para as sequências gravadas na França. Tenho orgulho desse trabalho.

Como você descreveria a cena musical atual e o papel da música como forma de expressão e resistência em tempos desafiadores?

São tempos esquisitos onde vemos tik tokers com milhões de seguidores sem nunca ter pisado num palco. Para mim, o palanque sempre será o palco, o presencial, não se compara, não se “algoritimiza”.

Quais são seus planos futuros como artista? Você tem algum projeto especial em mente ou alguma parceria dos sonhos que gostaria de realizar?

Preciso terminar um disco que estou produzindo há mais de dez anos. Meu longa metragem não finalizado.

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