Ampliando Horizontes

C.S Bolton aborda raciocínio crítico e criativo através da obra “Verdade Obscura”

Buscando explorar questionamentos e dilemas cotidianos, autor também cria mistura de ciência com ficção

Publicado em 12/08/2022 19:28
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Enquanto algumas obras oferecem um importante conhecimento científico, outras nos encantam com suas narrativas fictícias envolventes. Em Verdade Obscura – O Dilema de James Bonnet, o escritor e engenheiro químico C. S. Bolton faz as duas coisas ao convidar o leitor para ir além do entretenimento.

Mais que uma história fascinante, o livro reserva um amplo acervo de informações sobre o Raciocínio Crítico e Criativo. Esta é uma linha de pensamento que incentiva a análise crítica dos dilemas e a busca por soluções com foco em inovação, além de ser uma das habilidades que serão exigidas dos profissionais do futuro, segundo o World Economic Forum.

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Ao longo das páginas, é possível acessar QR Codes que liberam o acesso a artigos e vídeos exclusivos com discussões científicas, curiosidades e desdobramentos dos temas abordados na obra. Somados a esse recurso, o autor incluiu ainda quadros explicativos que desenvolvem conceitos apresentados e ampliam a experiência de leitura.

Na trama, uma morte desperta James a lutar pela vida de seu filho. Em uma pesquisa desesperada, o cientista contará com a ajuda de Sandra, especialista em inteligência artificial, para criar um processo inovador de cura. O problema é que isso acaba atraindo a atenção tanto dos que querem tirá-lo do caminho quanto dos gananciosos que querem roubar sua pesquisa.

Para descobrir a cura para a doença rara do pequeno Gabriel, James e sua equipe desenvolveram uma inteligência artificial capaz de diagnosticar e encontrar o melhor tratamento para praticamente qualquer enfermidade. No entanto, nada tão grandioso passaria desapercebido das grandes corporações, dos políticos e investidores de Wall Street. O desafio agora é garantir que esse recurso inovador não caia nas mãos erradas. Confira a entrevista!

Criando um verdadeiro misto de ficção e conhecimento científico, o seu mais recente livro “Verdade Obscura – O Dilema de James Bonnet”, você acaba conseguindo passar seus conhecimentos com uma didática melhor para o público. Como surgiram as primeiras ideias deste projeto?

Dos meus mentores Dan Brown e Malcolm Gladwell e do meu sonho. Explico: Eu tinha o sonho de escrever um livro, e, este se mostrou possível após eu começar a escrever alguns artigos como marketing de conteúdo para a minha empresa.

Outras ideias surgiram da pergunta: “O que escrever?” Como os autores que mais gosto são Dan Brown e Malcolm Gladwell (com os quais fiz aulas) a resposta foi outra pergunta: “Por que não misturar um pouco dos dois autores em uma história original de ficção-não-ficção?”. Surgia daí a ideia inicial do Verdade Obscura (que, por sinal, teve seu título revelado para mim apenas após eu finalizar a escrita).

Baseado em um acervo de informações sobre o raciocínio crítico e criativo, sua obra traz como um dos propósitos o incentivo dessas análises em nosso cotidiano. Como foi enxergar a necessidade de se abordar esses temas específicos na literatura e quais são as principais mensagens que quis passar para o seu público?

Uma das principais mensagens já está (“Obscura”) na capa e contracapa (4ª capa) do livro, e fica como exercício inicial para o leitor (as citações de capa e quarta capa são citações de sites criados por mim, então a primeira lição que fica é quais são suas fontes? Se possível, não revelar isso, Luca). A necessidade deste tema surgiu da observação dos profissionais da indústria, os quais tenho muito contato, devido ao meu trabalho de consultoria.

Há, por um lado, uma deficiência no raciocínio crítico e criativo nesta área, e, por outro lado, uma necessidade de desenvolvimento desta habilidade, que inclusive é apontada como uma das principais habilidades do profissional do futuro, segundo o World Economic Forum. Porém creio que esta deficiência não seja apenas deste ramo.

Além de todo o conhecimento presente no livro, as páginas também possuem alguns conteúdos extras disponíveis através de QR Codes. Você teria como dar alguns spoiler sobre o que os leitores poderiam esperar encontrar nesses bônus?

Eu adicionei alguns temas como as falácias, a curiosidade, o ‘modo Apollo 13’ e outros com QR Codes que direcionam o leitor para vídeo aulas e artigos explicativos. Esta é a parte “não-ficção” do livro, em que o leitor não precisa assisti-las para entender a história.

Há no livro, alguns quadrados técnicos em que eu explico de forma simples, temas que fogem um pouco do conhecimento comum como: reações fotoquímicas, a serendipidade, viés de confirmação, e os componentes do raciocínio criativo. Estes quadrados também são independentes do texto principal.

O livro também traz na capa um desafio ao leitor, que, se conseguir decifrá-lo, trará um bônus muito interessante para o Curso Raciocínio crítico e criativo na prática, que oferece um horizonte muito maior para o leitor que deseja aprimorar esta habilidade do profissional do futuro.

C. S. Bolton (Foto: Divulgação)

Na história relatada no livro, uma morte despertou James a lutar pela vida de seu próprio filho de uma determinada doença, o fazendo a requisitar ajuda de uma especialista em inteligência artificial, e com todo esse processo, a situação atraiu tanto os que queriam apoia-lo como aqueles que desejavam roubar suas pesquisas. De onde veio essa narrativa e quais foram suas inspirações para o enredo de James?

O livro traz algumas “Verdades Obscuras” das quais eu preferiria que não fossem verdade. Nunca saberemos. Eu abordo alguns temas como a luta pelo poder, fama e dinheiro que assolam a humanidade desde o início dos tempos com uma releitura atual temperada por “Verdades Obscuras” sobre perguntas como: Estamos sendo observados e escutados pelos nossos celulares? Nós somos tão honestos como achamos ser? A indústria farmacêutica precisa da doença para vender remédios? Até que ponto você iria para salvar a vida de seu filho? Os fins justificam os meios, então vale qualquer coisa?

Ainda sobre a história do livro, um dos vilões da obra são os políticos e investidores de Wall Street, que por associação, muitas vezes são vistos como controversos e pessoas de personalidade frias e calculistas em seus objetivos e ganâncias. A criação do contexto dessa história o fez refletir em seus livros muitas impressões que possamos ter sobre o cotidiano real?

Não sei se são vilões ou ‘mocinhos’, vou deixar o julgamento para o leitor. O livro tem como base o meu conhecimento sobre as empresas, os fatos pesquisados e as ações baseadas em movimentos empresariais que são retratados na imprensa. Algumas ações de alguns personagens são fictícias, ou verdades obscuras, que obviamente temperam a história com emoções fortes.

Já tive inúmeros comentários de leitores que odiaram o Presidente (cujo nome não revelo) e alguns que acharam que suas decisões são sempre sensatas. No meio das Verdades Obscuras, cada cabeça tem uma sentença. Quem está certo? Quem está errado? Será este um falso dilema em que não existe certo e errado? Na leitura do livro você poderá forma(ta)r* sua opinião.

* Os parênteses são de propósito

O livro também trouxe à tona uma grande discussão sobre temas relevantes da atualidade, tais como a ética e a corrupção envolvendo os órgãos de saúde e instituições públicas, além de vários contextos negativos do ser humano, tais como os significados equivocados dados aos acontecimentos para justificar decisões e os segredos para as armadilhas das falsas correlações. Além da experiência que passou para o público, você também considera “Verdade Obscura” uma experiência para si próprio? Para qual público você recomenda a leitura do seu livro?

Este é um dos elementos do raciocínio crítico interessantes e que uma das personagens usa quase sempre. É a ressignificação de palavras para justificar seus atos corruptos. Por exemplo: ela fala que James precisa ser ajudado, quando na verdade ela o pede um “sinal de boa vontade” em troca.

Há outra grande “zona cinza” em que James, o personagem principal, por trabalhar na área de desenvolvimento de medicamentos, testa uma vacina protótipo, precoce e sigilosamente em seu filho, paciente em um hospital em estado terminal. Mas se ele não testar seu filho morre, se testar vai para a cadeia… Outras zonas cinzas que ocorrem no texto: Uma traição é justificável? Um roubo por necessidade é perdoável? Uma vida pode ser trocada por 50.000 vidas?

Recomendo a leitura de Verdade Obscura às pessoas que gostam de ação, informação e entretenimento, pois o livro foi escrito para te grudar nas páginas e fazer você não querer parar de ler. Também recomendo às pessoas que não tem o hábito de ler livros. Elas não tem este hábito porque não acharam o livro certo, então sugiro o Verdade Obscura, o melhor livro que você vai ler este ano!

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*Com Andrezza Barros

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