Cridemar Aquino completa 25 anos de carreira como ator

A arte faz parte da vida de Cridemar Aquino desde quando era criança em São João de Meriti, Baixada Fluminense, no Rio de Janeiro. O artista nunca criou muitas expectativas em relação ao seu trabalho, mas devagarinho foi ganhando espaço e reconhecimento até chegar aos palcos internacionais com turnês de peças teatrais pelo mundo. Na China, em 2018 e 2019, com o espetáculo “Salina A Última Vértebra” , no Senegal em 2010 com o espetáculo “Silêncio” e no Japão em 2016 com a Cia Karavan no Festival Nippon Night em Tóquio.

Aos poucos sua carreira foi ganhando os palcos até chegar nas telas brasileiras e depois ao cinema nacional e internacional. São 25 anos de vivência nas artes, quase sempre envolvidos em temáticas de cunho antirracista. Toda essa experiência rendeu um convite para compor o trio de Direção desse trabalho lindo que acabou de estrear no Centro Cultural do Banco do Brasil no Rio de Janeiro, o espetáculo “12 anos ou A Memória da Queda”, produção produção inspirada no livro “12 anos de escravidão” de Solomon Northup.

Na peça, protagonizada por Dani Ornelas e David Junior e Carmo Dalla Vecchia, Cridemar atua como assistente de direção a convite da dupla de diretoras Tatiana Tiburcio e Onisajé. “Após 25 anos de carreira como ator tenho me experimentado na direção e tenho amado. Acho que a experiência hoje me dá mais tranquilidade para tomar decisões mais assertivas em relação às montagens que venho realizando.

Cridemar afirma que sempre teve um olhar muito peculiar para Direção Criativa/Encenação. “ O diretor encenador tem a liberdade de fazer escolhas e criar junto a sua equipe uma harmonia entre as potencialidades artísticas dos colaboradores para chegar a um resultado satisfatório para todos os envolvidos no processo. É fundamental que todos os artistas estejam felizes e satisfeitos com o resultado. Isso exige da Direção uma disponibilidade de trabalhar os afetos dentro do processo criativo, até porque ser feliz fazendo arte é o que importa’, ressalta.

Em 2017 Cridemar acompanhou muito de perto a montagem do Espetáculo “Traga-me a Cabeça de Lima” um monólogo do ator Hilton Cobra, texto de Luiz Marfuz, com a Direção da premiada diretora baiana Onisajé, o espetáculo roda até hoje por várias capitais brasileiras.

“ Fiz questão de acompanhar de perto todas as etapas do processo criativo, foi enriquecedor. Logo em seguida em 2018 estreamos o espetáculo “De Mãe Pra Filho” texto de Tom Melo, Direção de Waldecyr Rosas e eu efetivamente assinando a Preparação Corporal, Direção de Movimento e Assistência de Direção. Foi um mergulho profundo nas artes neste processo de montagem, e agora em 2022 recebo o carinhoso convite das Diretoras Tatiana Tiburcio e Onisajé para integrar o trio de Direção da nossa mais recente montagem o espetáculo “12 Anos – ou A Memória da Queda”.

Assim como na arte, na vida Cridemar tem planos para o futuro e o público pode esperar sua atuação em diversos seguimentos dela. “Eu por ser um dos atores fundadores da Cia dos Comuns há mais de 20 anos atrás, uma companhia formada por atores negros que tem uma profunda pesquisa em temáticas ligadas a história, cultura, arte, ancestralidade e performance Negra, tenho feito investigações muito interessantes entre a história do negro no Brasil e seus desdobramentos.

“Devido essa trajetória acredito na importância de atuar em todas as áreas nas artes, seja no teatro, televisão e no audiovisual. Pensando sempre colocar em foco o protagonismo negro nas produções não só na atuação, mas também na direção, criando novas narrativas contando nossas próprias histórias de uma forma não mais estereotipada, isso ajudaria muito a desconstruir uma visão equivocada sobre os nossos corpos ”, conclui.

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