Sucesso de Amigos

Ixã fala sobre sucesso do single “Meu Amor” e relação com o DJ Alok

Música feita em parceria entre os cantores alcançou quase 4 milhões de acessos apenas no YouTube

Publicado em 01/04/2023 16:59
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Hugo Pantoja, mais conhecido como Ixã, é um dos artistas brasileiros de maior destaque de 2022, após um encontro despretensioso e inesquecível com o DJ Alok, com quem lançou a música “Meu Amor”. A parceria, que foi anunciada em março e já virou trilha sonora de momentos especiais, já alcançou quase 4 milhões de visualizações no YouTube, colocando o jovem entre os grandes nomes da cena.

Porém, o contato de Ixão com a música veio muito antes dessa ligação com o astro. Nascido em Porto Velho, Rondônia, o cantor compôs sua primeira composição com apenas nove anos, mesma idade em que ganhou seu primeiro instrumento, o violão, que se tornou seu fiel companheiro. Mudou-se para o Acre aos 13 anos e aos 15 teve contato com a aldeia Huni Kuî, maior comunidade indígena do estado, onde sentiu a música pulsar em suas veias, participando de festas indígenas e festivais de música escolar, onde sempre levava a sua guitarra para partilhar momentos e colecionar memórias com os colegas.

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Desde então, morando com sua família indígena, o cantor e compositor foi batizado em 2016 como Ixã, nome que hoje assina artisticamente. Inspirado por conexões reais e momentos revigorantes, atualmente curte diferentes ritmos como POP, MPB e Folk que moldaram a musicalidade única do artista.

A ligação com Alok aconteceu de forma solene, por meio do líder Mapu Kuî, que fez parte do projeto do DJ sobre os recantos da floresta, lançado no ano passado. Era para ser, e no último dia de permanência de Alok na comunidade, deitado de olhos fechados, DJ conta que ouviu “a voz de um anjo” e quando abriu os olhos, viu Ixã.

A DJ, apaixonada pelo talento do rapaz, logo propôs uma parceria que começou poucas horas depois do ocorrido na comunidade na madrugada, pela manhã os dois estavam juntos no estúdio. Após o lançamento nacional de Ixã, “Meu Amor” conquistou mais de 9 milhões de streams, dando ao jovem artista mais de 2 milhões de ouvintes em pouquíssimo tempo. Ainda em 2022, a obra de Ixão ganhou proporções gigantescas, quando participou como convidado de Alok em programas como Faustão na Band, Caldeirão e Encontro com Fátima Bernardes, além de participar de uma série de shows na turnê do DJ.

Com apenas 20 anos e com o objetivo de passar uma mensagem de amor por meio de sua arte, Ixã começa 2023 com o pé direito e segue sua carreira solo. Em gravações influenciadas pela musicalidade indígena, ele promete falar de bons sentimentos e sobretudo de amor, sentimento capaz de mudar o mundo. Confira a entrevista!

Apesar de já estar com uma longa história na música, foi no ano passado que você obteve um maior destaque devido a parceria com o DJ Alok na música “Meu Amor”. Como foi trabalhar ao lado dele e principalmente a história que o levou até essa música?

Foi uma experiência única e inspiradora trabalhar ao lado de Alok que me dirigiu em cada passo da canção “Meu Amor”. Com certeza não teria o sucesso que alcançou sem a produção dele. Foi fantástico e inspirador trabalhar com um artista como ele, que é o melhor no que faz e que possui uma sensibilidade extremamente singular.

Atualmente a música já está com quase 4 milhões de visualizações apenas no vídeo do YouTube. Na sua opinião, o que fez com que as pessoas se identificassem tanto com esse single em específico?

Acredito que foi um conjunto de coisas. Primeiramente com a canção em si, somando letra e melodias que trazem uma verdade forte e sincera, atrelada ao clipe belíssimo produzido por Thiago Jenne (vulgo Cabelo). Mas principalmente, pela verdadeira história que estava acontecendo através dessa música: um artista do tamanho que Alok é, acreditando, abrindo oportunidades e colaborando com um artista como eu, que nunca imaginou ser realmente possível acreditar nos seus sonhos e vivê-los através da música.

Apesar de ter estourado recentemente, a música já o acompanha a bastante tempo, desde os nove anos quando realizou a primeira composição. Poderia nos contar um pouco mais sobre seus primeiros contatos com a arte e a partir de qual momento você decidiu tomar ela como profissão?

A arte sempre me comoveu desde muito cedo, seja por meio da trilha sonora de um filme e até uma história feliz ou triste poderia facilmente me emocionar. Ser uma pessoa que admira o romântico desde muito novo e criar minhas canções falando sobre amor me fizeram sempre querer ficar mais próximo da arte. Quando um pouco mais velho, aos 16 anos e depois de escrever muitas músicas, comecei a trabalhar como Ghost-writer para uma produtora de Porto Velho, até então como compositor apenas, mas me ver realmente na profissão iniciou-se a partir de Alok entrar na minha vida.

Um dos caminhos que o elevou sua experiência foi aos 15 anos, onde morando no Acre, passou a ter contato com o povo Huni Kuî, a maior comunidade indígena do estado. Quais foram os aprendizados que extraiu desses momentos que esteve lá?

Nesses últimos anos, vivi muitas coisas importantes com a minha família nativa. Eu aprendi a estar aberto a reconstruir preceitos que acreditava, passei por várias situações nas quais me vi questionando quem eu era e muitos outros momentos afirmando o que eu deveria ser ali: um filho, um bom amigo e um bom ouvinte. Aprendi pela dor e principalmente pelo amor, que a vida nem sempre se faz de alegrias, mas é importante levá-la com esse sentimento. Notei convivendo com eles, que apesar do quão difícil pode parecer, é preciso levar uma vida feliz para poder caminhar. Pude sentir também como poder ajudar a luta das pessoas ao meu redor e sem dúvidas, a experiência mais transformadora e grandiosa que eu tive foi enxergar a vida de forma simples, percebendo que pra ser feliz, precisamos apenas uns dos outros.

Ixã (Foto: Stephanie Carvalho)

O ano de 2016 acabou sendo marcado pelo seu batismo na comunidade, quando recebeu o nome de Ixã pela família indígena. Como foi essa passagem do Hugo Pantoja para o Ixã que conhecemos hoje?

Sou muito grato ao nome Ixã, por toda carga positiva e honra de levar esse nome comigo, além de usá-lo para fazer o que amo nessa terra, que é a minha música. Nunca deixei de ser o Hugo Pantoja, de construir minhas composições românticas, de lembrar da minha infância e de todo amor que recebi da minha família que me deu esse nome. Porém, Ixã foi onde tudo mudou. Desde de uma transformação interna de olhar para dentro de mim mesmo, até ser descoberto por Alok enquanto Ixã. Por isso tenho orgulho de carregar ambos os nomes e sei que os dois são fundamentais para o desenvolvimento da minha arte.

Atualmente, a sua música veleja entre os ritmos de Pop, MPB e Folk, criando a singularidade que ouvimos em seus trabalhos. Como se deu o processo de construção do seu perfil artístico e quais são suas maiores inspirações?

Gosto de escrever sobre temas que eu acredito e que fazem parte do que me toca na vida. Meu objetivo é passar tudo isso de uma forma que toque também aqueles que me ouvem. A música Pop, o Mpb, Folk e Worldmusic fazem parte do que eu sempre gostei de ouvir e esses ritmos me marcaram muito. Hoje eu tenho me inspirado em alguns artistas que me comovem de uma maneira muito especial, são eles: Mapu Huni Kui, o meu pai, Armandinho, Maria Gadú e Gilberto Gil.

Em um depoimento concedido à revista “Rolling Stones”, o DJ Alok contou um pouco sobre o encontro de vocês e disse que “a galera fala que o Ixã foi descoberto pelo Alok. Ganhou na loteria, na verdade quem ganhou fui eu”. Em resposta, como considera ser hoje a sua amizade com o DJ?

Nessa frase ele, mais uma vez, foi muito generoso comigo. Alok muda a vida de outras pessoas para melhor sem pedir nada em troca e isso me inspira muito. Hoje ainda mantemos contato sempre que possível, mesmo que a correria do trabalho tenha limitado um pouco, mas sempre o acompanho, assim como ele também me acompanha. Ficamos muito felizes vendo as conquistas um do outro.

Bom, o convite acabou sendo feito e em poucas horas vocês já estavam em estúdio. Como se deu o processo criativo de vocês dois?

Foi um processo rápido e muito bonito. “Meu amor” não seria o que ela se tornou se não fosse a presença de Alok na produção. E, ainda sem acreditar no que estava acontecendo, Alok pediu que eu tocasse a música algumas vezes e depois solicitou algumas alterações que fizeram tudo ficar perfeito no final. Logo gravamos, e depois ele produziu todos os arranjos, harmonias e batida por cima. Nem eu imaginava como a canção iria ficar, mas quando eu ouvi pela primeira vez, entendi perfeitamente a maestria do que ele conseguiu fazer: unir nossos dois corações nessa música. Esse é um dos motivos que tornam essa canção ainda mais especial para nossas carreiras.

Ixã, hoje, você com seus 20 e poucos anos, conquistou algo que muitos artistas que estão pelo Brasil sonham e que muitos não conseguem alcançar durante toda sua carreira – o reconhecimento e o sucesso pela sua arte. Nesse caso, gostaria de finalizar a entrevista perguntando qual considera ser o verdadeiro significado da música na sua vida?

É uma maneira de transformação, não só emocional, mas um meio para que eu possa ajudar outras pessoas. Me dá uma esperança que sempre levarei comigo, sendo extremamente grato a tudo que a arte me proporcionou. Sendo assim, como tive essa oportunidade que muitos nunca tiveram, assumi que a minha música nunca pode ser feita em vão. Desejo criar melodias e letras que levem uma mensagem positiva para os meus ouvintes, pois nosso tempo pode ser curto aqui na terra e se eu tiver a oportunidade de usá-lo para levar às outras pessoas as coisas mais bonitas que vejo enquanto estou vivo, assim quero fazer.

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