Laya conduz uma jornada imersiva e sensorial no seu novo EP “Dorme Sonha Acorda”

Artista reflete o ciclo da existência no limite da realidade

Publicado em 10/06/2023 13:00
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A artista franco-cearense, Laya, oferece uma experiência envolvente e sensorial em seu mais recente lançamento, o EP “Dorme Sonha Acorda”. Neste pequeno álbum, a artista explora profundamente o ciclo da vida, mergulhando nos confins da realidade. Laya conduz seus ouvintes por uma jornada imersiva, despertando os sentidos e transportando-os para além dos limites cotidianos. Através de sua música, ela tece uma narrativa que reflete sobre a existência humana, evocando emoções profundas e provocando reflexões sobre nossa própria jornada neste mundo. O trabalho está disponível em todas as plataformas de música através da ybmusic.

Produzido em parceria com Ayrton Pessoa e Caio Castelo, o EP apresenta três canções autorais que abordam a observação de nós mesmos e a natureza circular da realidade, refletindo sobre o movimento espontâneo da vida. Em breve, a imersão proposta pela mixagem será ampliada com o lançamento de um curta-metragem que transformará “Dorme Sonha Acorda” em um EP visual.

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Laya é uma artista versátil, atuando como cantora, compositora, professora de canto e yoga. Com um álbum solo homônimo lançado em 2016 e formação em Canto Popular, ela possui uma trajetória musical diversificada. Nascida na França e criada no Ceará, Laya mudou-se para São Paulo em 2007 como integrante da banda O Jardim das Horas, lançando o álbum “O Quarto das Cinzas” em 2011. Desde então, ela tem se apresentado em festivais e importantes palcos do Brasil, tanto com suas próprias composições quanto como intérprete.

Um dos destaques de sua carreira foi o show “LAYA recanta FATAL”, apresentado na Virada Cultural de São Paulo em 2013 e no Festival Maloca Dragão em 2014, entre outros eventos. Laya também participou de projetos como o 3NaMassa e colaborou com a Nação Zumbi em 2014. Ela teve a oportunidade de prestar homenagem a renomados artistas, como Caetano Veloso no Trip Transformadores no Auditório Ibirapuera em 2015 e Adoniran Barbosa no show Adonirando no Theatro Municipal de São Paulo em 2018. Além disso, gravou episódios de programas de televisão como “Na Voz Delas” no Canal Bis em 2015 e “Cantoras do Brasil” no Canal Brasil em 2016. Agora, com “Dorme Sonha Acorda”, Laya inicia uma nova fase em sua trajetória.

Desde 1999, a ybmusic tem desempenhado um papel central na renovação da música brasileira. Além de resgatar talentos esquecidos, o selo tem produzido obras cult inéditas e se destaca por sua contribuição na produção e licenciamento de trilhas sonoras para trabalhos originais, tanto em longas-metragens quanto em séries de TV.

Como surgiu a ideia de explorar o ciclo da vida e a realidade em seu novo EP “Dorme Sonha Acorda”? Quais foram suas principais inspirações?

Sou uma pesquisadora da vida por natureza, toda arte que me toca fala da vida e da nossa existência, estudar filosofia foi o que me fez começar a escrever canções, vivo buscando me conhecer e me sentir melhor nessa realidade misteriosa, dura e maravilhosa que vivemos. Encontrei nas três músicas de “Dorme Sonha Acorda” mais uma forma de falar dessa viagem, cíclica dança cósmica que é a vida.

O EP conta com três canções autorais que refletem sobre a observação de nós mesmos e da realidade circular. Como foi o processo de composição dessas músicas? Quais foram os desafios e recompensas nesse processo criativo?

Calma Cabeça é uma conversa comigo mesma, uma meditação com imagens do pensamento e um mantra que se repete apaziguando os absurdos e questões que parecem não ter solução no mundo e do sistema que vivemos. Essa é mais antiga das três, compus primeiro a melodia (coisa rara) e depois vieram as frases que não se completam num primeiro momento e depois com mais espaço e respiração são concluídas, vem ainda Jai Saraswati, mantra indiano que saúda a deusa das compositoras, poetas, escritoras, que exclama Vitória Saraswati! Alegria da vitória do nosso tempo de ter paz e criar belezas. 

Pele Olho Coração é uma viagem sem forma, uma meditação de observação do corpo, das sensações, o que nos constitui e de onde vem o que é essencial pra nós. É uma parceria muito interessante com meu amigo Mauricio Tagliari, daquelas magias sincrônicas da vida. Ele me enviou um poema que escreveu e quando bati o olho começou a vir música, mexi na sequência das frases, editei um pouco a letra e em 30 minutos mandei a música pronta pra ele numa gravação de celular, uma criação fluida como água, lembrei das práticas de yoga e das observações de nós mesmos, da aceitação dos sentimentos turbulentos que chegam, da raiva vermelha que explode, das palavras que as vezes querem confundir, que as vezes trazem verdade e visão e como buscamos compreender todos os atravessamentos que temos no viver. 

Há De Se Entregar nasceu doce como é, veio letra e melodia juntas, um baião lento com q de reisado, de vozes em espiral ascendente, depois meu amigo poeta Thiago Romaro mudou umas palavras na terceira estrofe e entrou na composição comigo, uma música que convida as pessoas a cantarem junto em improviso, a soltarem as vozes na cura de cantar e se escutar em grupo. Tem uma delicadeza que me encanta e fiquei feliz em conseguir transmitir isso no arranjo criado com meus parceiros Caio Castelo e Ayrton Pessoa Bob. 

Compor pra mim é sempre um presente, mesmo quando acontece em momentos de dor e lágrimas, o que não é incomum, pois escrever e cantar pra mim são ferramentas de cura. O desafio foi gravar essas canções do jeito que eu imaginei, com o espaço de experimentação e encontro dos timbres e interações sonoras… e depois lançar no mercado da música. esse trabalho para mim vem sendo desafiante, mas graças as deusas chegam bons parceiras pra colocar no mundo.

Além da experiência musical, você mencionou que o EP será transformado em um curta-metragem para proporcionar uma imersão visual. Poderia nos contar um pouco mais sobre esse projeto e como ele complementa a proposta sonora do “Dorme Sonha Acorda”?

O filme/clipe já era um desejo meu a graças aos bons encontros ele foi se desenhando devagar um muitas fases de produção, um trabalho feito a muitas mãos amigas que chegaram junto pra somar e expandir a poesia. Estava morando no Ceará onde encontrei antigos e novos amigues das artes que foram pontes e portais de criação. Criamos o roteiro e filmamos tudo no Ceará, ficou engavetado um tempo enquanto tentei verba de editais para a finalização, não consegui um edital mas decidi editar de maneira independente com uma parceira maravilhosa, que já havia produzido clipes do meu primeiro disco solo, a Milena Correia.

Laya (Foto: Tuan Fernandes)

Você é uma artista plural, atuando não apenas como cantora e compositora, mas também como professora de canto e yoga. Como essas diferentes áreas de atuação se conectam em sua vida e influenciam sua música?

Estudo canto há muitos anos e quando fui morar em São Paulo em 2007 comecei a receber convites para dar aula, encarei o desafio pela necessidade e com o tempo fui aprendendo e pegando muito gosto, como se diz. Além das aulas particulares e cursos livres, me formei em canto popular na emesp (escola de música do estado de São Paulo) e fiz um curso de Regência na Etec de Artes o que me deu boas ferramentas de ensino e condução de grupos no estudo e execução vocal. A trajetória no Yoga também começou cedo, quando era bailarina da Cia Vatá em Fortaleza, no estudo das artes do corpo comecei a praticar yoga com alguns bons professores pelo Ceará até que em São Paulo ganhei uma bolsa para praticar com o professor Duda Legal, com quem estudei por sete anos e ele mesmo começou a me estimular a dar aulas, desde então venho estudando fazendo formações e me encantando com os conhecimentos ancestrais e as possibilidades infinitas da observação de nós mesmos e do nosso movimento. Pra mim yoga é arte e arte é yoga, é presença, é ritual interno que transborda pela vida e por outros seres.

Com uma trajetória musical diversificada e tendo se apresentado em festivais e importantes palcos do Brasil, quais são os momentos mais marcantes da sua carreira até agora? Existe algum show, colaboração ou projeto que você considera especial ou inesquecível?

Tem alguns, me veio logo o show que fiz com minha banda ‘O Quarto das Cinzas’ na época, abrindo pros Mutantes no Festival Abril Pro Rock, Os Mutantes voltando depois de muitos anos, com a presença do Arnaldo Baptista, foi um momento de gozo pra uma fã mutante. O show Laya recanta Fatal que estreou na Virada Cultural de São Paulo no meu aniversário de 30 anos, grande presente! O Show trip transformadores onde tive a oportunidade de cantar com artistas consagrados e sempre lembro da hora que a Fafá de Belém mandou a bola pra mim com um olhar na canção final do show onde cantávamos todos juntos e ela regeu naturalmente com seu poder de rainha.  O show de aniversário de 10 anos da Circus no auditório ibirapuera em sp quando tive a oportunidade de cantar com ‘Canto em Qualquer Canto’ com uma das compositoras Na Ozzetti e com a Ceumar, cantoras inspirados maravilhosas. E tem mais…

Sua experiência inclui participações em projetos musicais e colaborações com outros artistas renomados. Como essas colaborações impactaram sua visão musical e artística?

Na minha visão musical e artística todos os bons encontros são bem impactantes, e transformador estar perto de um grande artista, como também de grandes professores.

Laya (Foto: Tuan Fernandes)

Você teve a oportunidade de homenagear artistas consagrados, como Caetano Veloso e Adoniran Barbosa, em apresentações especiais. Como foi essa experiência e o que esses artistas representam para você?

Caetano é essa coisa toda, muito, tudo, terra, o sol na estrada, é meu professor de poesia, de canto, de brasilidade desde que me entendo por gente. O Adoniran vim conhecer melhor já morando em São Paulo, mas na verdade já morava em mim desde criança e eu nem sabia, com seus sambas clássicos inesquecíveis, com a voz e o sentimento do nosso povo.

Agora, com o lançamento do EP “Dorme Sonha Acorda” e essa nova fase em sua carreira, quais são seus planos e expectativas para o futuro? Existem novos projetos em mente ou alguma direção específica que você gostaria de explorar artisticamente?

Eu sou uma sobrevivente na música, venho nessa estrada há um tempo buscando me encontrar e estabelecer, já sofri tanto que prefiro não criar expectativas haha mas tenho esperança de encontrar parcerias, tanto no som como nos negócios musicais, pra continuar caminhando de manera cada vez mais prazeirosa e próspera. E que as musas tragam sempre inspiração. De modo que meu espirito ganhe um brilho definido e eu espalhe benefícios.

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