Mistura Cultural

Lucas Akira & Fábio falam sobre mistura de cultura oriental e brasileira no sertanejo

Irmãos decentes de família japonesa por parte do pai tiveram influências musicais desde pequenos

Publicado em 01/12/2022 23:13
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Conhecidos artisticamente como os “japanejos”, os irmãos Lucas Akira & Fábio trazem ao público um trabalho musical com um toque especial da cultura oriental, já que parte da família é de origem nipônica. Naturais da cidade de Pirajuí, interior do Estado de São Paulo, Lucas Akira Jacomini Inoue e Fábio Massayoshi Jacomini Inoue, desde cedo, tiveram contato com o universo da música por influência dos pais.

A descendência japonesa vem por  parte  do  pai  Nelson  que,  curiosamente,  nas constantes reuniões de família, era o responsável  em  puxar  uma  verdadeira  roda  de samba. Por outro lado, a mãe Mariza carregava  uma  grande  apreciação  pela  música sertaneja que rendia boas modas de viola.

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E diante dessa mistura cultural, o destino dos irmãos foi se entrelaçando. Em 2007, após cantarem separados, em apresentações no colégio, tiveram a ideia de unir forças e formar uma dupla sertaneja.

Foi o começo de uma carreira de muito sucesso e de experiências extremamente importantes para os dois. Com total apoio dos pais, a dupla traçou diversos objetivos e manteve a essência de caráter e determinação ensinados dentro do ambiente familiar. Não demorou muito para que a ascensão profissional na música se tornasse uma realidade. Em 2011, lançaram o primeiro CD chamado  “Segredo”.  Na  sequência,  em 2013, foi a vez do trabalho nomeado de “A Fera”.

Vale lembrar que o primeiro show da dupla foi realizado durante a FAEPIRA, evento tradicional da cidade de Pirajuí, reunindo centenas de pessoas e acendendo forte no coração dos irmãos, o desejo de continuar batalhando por um lugar ao sol. Outra apresentação marcante foi em Bauru, município em que eles foram acolhidos e residem até hoje. Na ocasião, cantaram para aproximadamente 40 mil pessoas na tradicional festa agropecuária da cidade.

Já no ano de 2018, o lançamento da canção autoral “Oposto”, e de “Exagera”, que alcançou duas vezes o primeiro lugar nas principais rádios do noroeste do Estado de São Paulo, abriram novas oportunidades para os jovens artistas. Após a divulgação, em 2019, de mais um CD, dessa vez gravado ao vivo, e que recebeu o nome de “Nossa Playlist”, Lucas Akira & Fábio partiram para a viabilização do projeto de gravação do primeiro DVD.

A produção intitulada “Lucas Akira & Fábio – Japanejo”, contou com quatro faixas inéditas e apresentou ao público o single “Coração Durão”, que atualmente soma milhões de plays nas plataformas digitais.

Um destaque importante é que  além  de  compositores,  Fábio  toca  violão  e Lucas gaita e sanfona. Com talento de sobra, eles revelam que as principais influências musicais que possuem são de grandes nomes como João Paulo & Daniel, Milionário & José Rico, Bruno & Marrone, Gino & Geno, Fernando & Sorocaba, Jorge & Mateus, entre muitos outros. Para honrar o título de “japanejos”, também já se apresentaram na TV cantando “Evidências”, um grande sucesso na voz da dupla Chitãozinho & Xororó, mas em japonês, momento  que  destacou  o  diferencial da  dupla  em todo o país.

As novidades continuam. O segundo DVD “Acústico dos Japanejos” já está chegando aos poucos para o público. Recentemente, os irmãos lançaram o primeiro EP do projeto  com  os  singles  “Nem  Ferrando”,  “Nem  Tudo  Foi  em Vão” e “Lua de São João”. As músicas trazem o melhor do sertanejo com elementos da cultura oriental, que já faz parte da carreira dos artistas. Com garra e determinação, Lucas Akira & Fábio vêm mostrando ao público que sonhos podem ser alcançados com os pés no chão e muito amor à música, no melhor estilo “japanejo” de ser. Confira a entrevista!

Nós sabemos como o sertanejo é conhecido aqui no Brasil e a potência que ele exerce na indústria fonográfica e vocês acabaram chamando mais atenção ainda ao o associarem  a cultura oriental. Gostaria de começar perguntando como conseguiram realizar essa fusão entre a cultura brasileira e japonesa?

Nós nascemos dessa junção. Naturalmente sendo influenciados por dois mundos. O sertanejo, já que a família da nossa mãe nasceu e viveu a vida toda na roça, e por parte de pai que veio através da imigração japonesa para o Brasil. Então a gente ouvia Tonico e Tinoco comendo sushi. Essa é nossa essência, isso é o que somos e como vivemos a vida toda, reflete muito no nosso modo de se comunicar nas músicas e em tudo que fazemos.

A gente percebe que não é só o fato de serem irmãos e de terem a mesma origem que os assemelha, pois o gosto pela música também guia a carreira de ambos. Como a música chegou na vida de cada um de vocês e o que os levou a formarem a dupla?

A música chegou em nossa vida de uma maneira bem natural também. O gosto pela música vem desde muito cedo. A formação da dupla foi uma coisa que acreditamos muito como uma missão, e por isso é difícil explicar de onde vem, pelo fato de que essa vontade sempre esteve dentro de nós.

As suas biografias contam como o pai de vocês era sempre o responsável por puxar a roda de samba nos encontros de família, já suas mãe tinha um gosto maior pelo sertanejo. Nesse caso, o que fez com que vocês optassem por focar no sertanejo ao invés do samba?

Por viver a vida no campo, a vida do sertanejo, em cima do cavalo, da paixão pelo rodeio, isso inseriu a gente dentro do gosto pelo sertanejo.

O sertanejo se tornou uma verdadeira febre aqui no Brasil, sendo que praticamente a cada dia nasce uma nova dupla ou algum artista solo. Na opinião de vocês, o que explica a permanência desse grande fenômeno?

A gente acredita que na música somos capazes de sermos tudo. Rotular, colocar paredes e se cercar de um jeito de ser, limita muito, e a música deve ser ilimitada. Isso faz com que o sertanejo incorpore todos os estilos.

Em 2011 e 2013, vocês lançaram os seus dois primeiros álbuns que foi “Segredo” e “A Fera”, além do primeiro show de vocês que foi na FAEPIRA, evento que reúne centenas de pessoas em Pirajuí. Poderiam contar um pouco mais sobre esses primeiros projetos e como foi o primeiro show?

Entramos para gravar músicas que tínhamos acabado de compor. Éramos dois adolescentes que escreviam sobre o que estavam dentro de seus corações. A insegurança, os sonhos, etc. Gravar o primeiro disco, foi o início de um entendimento que as nossas composições poderiam entrar no coração das pessoas, as primeiras a galera de Pirajuí já cantava. A Faepira foi o primeiro evento em que entendemos o que era se portar como artista no palco, se preocupar com o jeito de se vestir, com o jeito de cantar, com a maneira de interagir com as pessoas. Então ali foi o início de uma evolução também.

Logo após esse primeiro show, vocês também bateram um recorde até então de cantarem para um público de mais de 40 mil pessoas em Bauru, então, eu gostaria de perguntar qual foi o momento mais marcante que vocês se recordam de terem passado na carreira de vocês?

Novamente a gente fala que tudo aconteceu tão naturalmente em nossas vidas, que sempre que colocamos uma meta ela é atingida. O nosso momentos favoritos, com toda certeza, foi quando gravamos a música “Hoje Eu Sei” com a dupla João Bosco e Vinicius e, claro, a gravação do DVD “Acústico dos Japanejo”.

Já em 2018, tivemos o lançamento das primeiras canções autorais que foram “Oposto” e “Exagera”, que alcançaram duas vezes o primeiro lugar nas rádios. Qual foi a maior importância que essas duas músicas trouxe para a vida de cada um de vocês e como vocês enxergam o nome “Lucas Akira & Fábio”? Em que vocês mais avançaram nesse meio tempo?

Essas foram as primeiras canções que lançamos nas plataformas de streaming, e foram muito importantes também para engatarmos dentro do mundo da Internet, de uma maneira mais intensa. Com o lançamento delas nas rádios batemos o primeiro lugar com a música “Exagera” em várias rádios do Estado de São Paulo. O nome Lucas Akira e Fábio sempre causa uma curiosidade com as pessoas, e também já fomos muito criticados pelo nome, que era difícil de pronunciar, que poderia ser apenas Lucas e Fábio, mas dentro de todos esses anos criamos a nossa identidade em cima dessa junção.

Logo no ano seguinte, veio o primeiro projeto ao vivo, que foi o CD “Nossa Playlist”. Como foi a preparação para esse novo modelo de projeto ao vivo?

Somos apaixonados pela produção de tudo, e gostamos muito de participar de todos os processos, de ver acontecer. O projeto ao vivo foi uma transformação de como poderíamos produzir nossos conteúdos. E por ser um projeto que tem muitas regravações, é especial para nós.

Além de cantarem, vocês dominam vários instrumentos como violão, gaita, sanfona, entre outros. Na evolução de vocês pela música, qual foi a habilidade que veio primeiro? Como foi a educação musical que vocês tiveram e quais as suas inspirações?

O Fábio começou a tocar bateria e depois veio para o violão. Eu (Lucas Akira) comecei no violão, aí fui aprendendo um pouco de tudo.

Um termo que eu gostei pra caramba e que vocês acabaram popularizando  no trabalho de vocês, foi o “japanejo”, e um dos grandes momentos dele foi a gravação de uma versão em japonês do sucesso “Evidências” de Paulo Sérgio Valle e José Augusto, conhecida mais nas vozes de Chitãozinho & Xororó. De onde veio a ideia de fazer essa apresentação e como foi adaptar a música?

Os Japanejo começou de uma brincadeira em uma gravação de DVD em São Paulo. Aí começamos a usar o termo nas redes sociais e logo a galera só nos chamava assim, então passamos a colocar em nossos trabalhos. A “Evidências” veio por meio do Elder Ibanhez, que é nosso assessor de imprensa, como uma ideia e nós topamos. Apesar da dificuldade de cantar ela em outra língua, acreditamos que o resultado tenha ficado bom e gostamos muito.

Bom, deixamos por último para falar da novidade, porém, já está chegando aos poucos notícias do segundo DVD “Acústico dos Japanejos” e que conta com sucessos como “Nem Ferrando”, “Nem Tudo Foi em Vão” e “Lua de São João” (que por sinal, eu adorei essa música). Queria perguntar um pouco mais sobre como está o andamento do projeto e quais serão as próximas novidades que o público pode aguardar?

Esse é o projeto das nossas vidas, é o presente do universo para nós de 15 anos de carreira, é aquele projeto que a gente pensou ao longo de todo esse tempo. A galera tem abraçado muito ele e curtido as músicas. Vamos trabalhar muito para que esse projeto chegue a todas as pessoas. 

Para terminarmos, hoje a dupla de vocês, formada em 2007, já completa 15 anos de estrada, e com isso também vieram alguns CDs, como “Segredo” em 2011 e “A Fera” de 2013. Após tanto tempo, vocês conseguem se ver hoje separados profissionalmente, ou a dupla já se tornou uma essência única?

Essa é uma pergunta nova. Com certeza não, a nossa vida diária é pensar nos Japanejo, e isso é a nossa essência e sempre será. Sentimos que é a nossa missão aqui e estamos sempre trabalhando para que a nossa música marque a vida de todos, principalmente, que marque alguma fase da vida das pessoas, e que de alguma forma deixe o dia delas mais leve e inspire-as.

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