Locutor de Rodeios que ironizou investigação sobre joias de Bolsonaro foi beneficiado por sigilo de 100 anos

O locutor Cuiabano Lima, apoiador assíduo de Bolsonaro, se envolveu em um verdadeiro escândalo ao ser exposto pelo sigilo de 100 anos do ex-presidente da República

Publicado em 30/08/2023 22:22
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O locutor de rodeios Cuiabano Lima, conhecido por sua presença nas maiores festas de peão do país, inclusive em Barretos 2023, está envolvido em uma grande polêmica. Durante uma visita do ex-presidente Jair Bolsonaro à Festa do Peão de Barretos, o locutor ironizou o caso das joias pelo qual o ex-presidente é investigado. E essa não foi a primeira vez que o apresentador defendeu publicamente o político.

Durante sua estadia no palco do rodeio, Bolsonaro testemunhou um momento inusitado quando o locutor Cuiabano Lima, conhecido por ser um dos maiores apoiadores do ex-presidente no meio artístico, ao lado de sertanejos como Gusttavo Lima e Zezé Di Camargo, fez uma piada relacionada ao caso das joias que está sob investigação pela Polícia Federal.

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Cuiabano Lima dirigiu-se à influenciadora Cíntia Chagas, esposa do deputado estadual Lucas Bove (PL-SP), e ao próprio ex-presidente Bolsonaro para fazer um comentário sobre o assunto. Em suas palavras, o locutor disse: “Nós é caipira, mas nós somos joia, Cíntia Chagas. Nós é caipira, mas nós é joia. Tem gente que era contra, mas hoje o Brasil inteiro torce e apoia.”

A brincadeira faz referência ao escândalo em que a Polícia Federal investiga a existência de uma organização criminosa envolvendo o ex-presidente que teria desviado joias, relógios, esculturas e outros itens de luxo que foram recebidos pelo ex-presidente em sua função como representante do Estado brasileiro.

A comitiva bolsonarista presente no palco reagiu com risos à provocação do locutor, e a própria comunicadora compartilhou o momento em sua conta no Instagram. No entanto, polêmicas em nome de Cuiabano Lima, que é presidente do PL em Barretos, voltaram a ser desenterradas pelo público.

Apoio de Cuiabano Lima a Bolsonaro é antigo

Cuiabano Lima e Bolsonaro (Foto: Reprodução/Internet)

Há tempos, Cuiabano Lima vem se demonstrando um grande apoiador das atitudes e ideologias pregadas por Bolsonaro. Em maio de 2022, o locutor fez comentários durante um show do cantor Gusttavo Lima no estádio Mané Garrincha, em Brasília. Embora o político não tenha sido mencionado nominalmente, o locutor relembrou o lema do então presidente: “Deus, pátria, família e liberdade”:

“A sua família é a sua riqueza. O teu sonho é a tua vitória, a tua conquista. E nós temos que defender, que acreditar. Porque na vida é Deus, pátria, família e liberdade. Liberdade para pensar, para agir, para conversar. Liberdade para estar na internet, liberdade de expressão, liberdade de conquista. E a gente tem que conquistar, porque o Brasil é nosso (…) Porque aqui nunca vai ser o comunismo, e sim uma democracia.”

Além de sua participação em shows de Gusttavo Lima, Cuiabano Lima foi o mestre de cerimônias de Bolsonaro nos eventos do Dia da Independência, no Sete de Setembro de 2022, durante a campanha à reeleição do ex-presidente. No entanto, sua presença gerou questionamentos sobre contratos com órgãos federais, levando a deputada federal Erika Kokay (PT-DF) a solicitar informações sobre esses contratos na Câmara.

Cuiabano Lima, que também é presidente do PL de Barretos e ex-secretário de Turismo do município, continuou a manifestar seu apoio ao ex-presidente mesmo após ele ter sido julgado como inelegível. Em uma publicação em junho de 2023, Cuiabano afirmou que “ser honesto custa caro” e destacou os valores de “Deus, pátria, família e liberdade.”

Cuiabano Lima foi beneficiado com sigilo de 100 anos de Bolsonaro

Cuiabano Lima e o ex-presidente da República (Foto: Reprodução/Internet)

Em 2021, Cuiabano Lima foi envolvido em um verdadeiro escândalo junto ao governo federal. Na época, o locutor estrelou a campanha do auxílio emergencial distribuído pelo governo Bolsonaro, mas acabou sendo beneficiado pelo polêmico sigilo de 100 anos decretado pelo ex-presidente, que também beneficiou Gusttavo Lima.

Andraus Araújo de Lima, nome de batismo de Cuiabano Lima, foi exposto em uma matéria publicada pelo site Brasil de Fato com base em informações obtidas através da Lei de Acesso à Informação (LAI). Após o escândalo, a Caixa Econômica Federal enviou uma nota ao Brasil de Fato dizendo que o “contrato de direito de uso de imagem prevê o caráter sigiloso do valor do cachê.”

O banco também justificou que essa decisão está respaldada “juridicamente em virtude do interesse estratégico relacionado à campanha publicitária realizada“. No entanto, a Caixa não especificou quando o valor do cachê deixaria de ser sigiloso, afirmando apenas que isso ocorreria 90 dias após a contratação do artista.

O site Congresso em Foco procurou a Caixa para obter mais informações sobre a situação. O banco informou que a confidencialidade do cachê é uma questão contratual estabelecida entre a Caixa e a agência Propeg, que era responsável pela campanha.

A Caixa explicou que sua estratégia de negociação em despesas de publicidade visa a economia para a empresa, e os valores pagos em cachês e outros serviços publicitários podem variar dependendo do resultado das negociações.

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