Twitter ignora justiça e mantém fotos da autópsia de Marília Mendonça

A rede social Twitter, sob a administração do bilionário Elon Musk, continua a desafiar a justiça brasileira. Mesmo após duas semanas da emissão de uma ordem judicial, o perfil utilizado por André Felipe de Souza Alves Pereira, de 22 anos, para divulgar fotos da autópsia de Marília Mendonça, ainda está ativo. A cantora, que faleceu em um acidente aéreo em novembro de 2021, teve as imagens de seu corpo pós-morte expostas ao público de maneira macabra e desrespeitosa.

Pereira, que foi preso em abril, é acusado de armazenar e compartilhar nas redes sociais fotografias dos laudos periciais de Marília e de outros artistas falecidos. Além disso, é acusado de ameaçar um ataque a uma escola em Santa Maria (DF). Ele agora enfrenta acusações de vilipêndio a cadáver, incitação ao crime, uso de documento falso e atentado contra a segurança de serviço de utilidade pública.

O juiz Max Abrahao Alves de Souza, da Justiça do DF, aceitou a acusação contra Pereira em 27 de abril. No mesmo dia, atendendo ao pedido do Ministério Público, ordenou que o Twitter removesse o perfil utilizado pelo acusado. No entanto, até o momento, a rede social ignorou a decisão judicial.

Frente a essa rebeldia, o juiz emitiu um novo ofício para que o Twitter, sob pena de multa diária, exclua a conta em questão.

Marília Mendonça, de forma trágica e premonitória, havia expressado medo de uma situação semelhante. Em 2019, ela reclamou no Twitter sobre a divulgação não autorizada de seu exame de sangue, que revelou sua gravidez. “…dá medo até de morrer, porque as pessoas não respeitam nem esse momento, e conhecemos casos parecidos…”, escreveu a cantora na época.

A família de Marília, chocada com a situação, apelou à imprensa: “Estamos todos chocados, só em imaginar a possibilidade de algo desta natureza existir, e de pessoas capazes de divulgar este tipo de conteúdo”, declararam em nota.

Resta saber se a gigante das redes sociais acatará a ordem judicial ou continuará a virar as costas para a justiça e o respeito à privacidade e à memória de Marília Mendonça.

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