Descobrindo o Coração da Amazônia no Uiara Amazon Resort

Experiencia contada e vivida por um jornalista com opiniões reais!

Publicado em 11/03/2024 14:55
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Quando o avião começa sua descida em direção a Manaus, a imensidão verde da Floresta Amazônica já dá pistas do que me espera. Afinal, estou a caminho do Uiara Amazon Resort, um hotel flutuante no Rio Negro que promete ser mais do que um simples destino de viagem; uma imersão profunda na natureza mais exuberante do planeta.

A chegada ao Uiara é em si uma aventura. Saindo do aeroporto, somos conduzidos por estradas que serpenteiam pela selva até o ponto de embarque, onde um barco do próprio resort nos aguarda. Conforme nos afastamos da margem, a paisagem urbana dá lugar a um horizonte dominado por água e floresta, e uma sensação de tranquilidade começa a tomar conta.

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O resort surge à vista como um conjunto harmonioso de estruturas flutuantes, elegantemente integradas ao cenário natural. Ao desembarcar, sou recebido com calorosa hospitalidade e encaminhado ao meu aposento, um dos 70 apartamentos que combinam conforto moderno com um toque rústico que remete à cultura local. A vista do meu quarto é um espetáculo à parte, oferecendo uma panorâmica sem igual do Rio Negro e da selva ao entardecer.

Minha jornada pelo Uiara não se limita ao conforto do quarto. O resort oferece uma gama de atividades que me permitem explorar a riqueza natural e cultural da Amazônia. Uma das primeiras experiências é o passeio de canoa pelos igarapés, onde a serenidade das águas é interrompida apenas pelo canto dos pássaros e o ocasional salto de um peixe. Guiados por um morador local, aprendemos sobre a flora e fauna únicas da região, e até avistamos um grupo de macacos brincando nas árvores.

A gastronomia no Uiara é outro destaque, com o restaurante Araticum servindo pratos que são uma verdadeira celebração dos sabores amazônicos. Ingredientes locais, como o pirarucu e o tucumã, são transformados em delícias que encantam tanto pelo paladar quanto pela apresentação. Uma noite, o jantar é acompanhado por uma apresentação de música e dança indígena, proporcionando uma imersão ainda mais profunda na cultura regional.

Para os aventureiros, o resort organiza excursões de pesca de piranha e caminhadas noturnas na selva, oferecendo uma visão única do ecossistema amazônico sob a luz das estrelas. Cada atividade é uma oportunidade de conectar-se com a natureza e com as comunidades locais, aprendendo sobre a importância da preservação desse patrimônio inestimável.

Na noite seguinte, um dos momentos mais aguardados: a “focagem” de caimãs. É uma atividade que promete não apenas a observação desses répteis pré-históricos, mas uma imersão completa na vida noturna da selva amazônica. À medida que o crepúsculo dá lugar à escuridão total, embarcamos em lanchas, guiados apenas pela luz de lanternas e pelo conhecimento profundo dos nossos guias locais.

Foto divulgação

Deslizando silenciosamente pelas águas escuras do Rio Negro, a expectativa cresce. De repente, o feixe de uma lanterna captura o reflexo de olhos brilhantes à distância: um caimã, imóvel, observando-nos com a mesma curiosidade com que o observamos. Ao nos aproximarmos cautelosamente, o guia compartilha detalhes fascinantes sobre esses animais, ressaltando seu papel vital no ecossistema da Amazônia. A proximidade com um ser tão poderoso, em seu habitat natural, é uma lembrança da majestade da natureza que nos envolve.

Mas é quando as lanternas se apagam que a verdadeira magia acontece. Envolvidos pela escuridão, somos convidados a um espetáculo diferente: a orquestra da floresta. Em completo silêncio, com os olhos ainda tentando decifrar as formas nas sombras, os ouvidos se tornam nossos guias. Cada som, desde o mais sutil ruflar de asas até o distante rugido de um mamífero, compõe uma sinfonia viva. Esse momento de conexão profunda com a floresta amazônica transcende a experiência visual, tocando algo primordial dentro de nós.

Essa noite no Uiara Resort revela a essência da Amazônia de uma forma que poucas experiências conseguem. É um lembrete de que, mesmo nas sombras, a vida pulsa forte, com cada criatura desempenhando seu papel nesse ecossistema complexo e belo. Ao retornarmos ao resort, carregamos conosco não apenas memórias, mas uma nova compreensão da interconexão de todas as coisas, um sentimento que apenas a Amazônia pode despertar tão plenamente.

Com a alvorada, embarcamos de nosso refúgio flutuante no Uiara Resort para testemunhar o espetáculo do encontro das águas. À medida que nos aproximávamos do fenômeno natural onde o Rio Negro e o Solimões se encontram, a expectativa entre nós se misturava com a brisa matinal. A bordo da lancha, estendi os pés sobre as águas e senti a surpresa térmica – uma parte morna, outra fria, um contraste que delineava a união dos rios sem se misturarem, como um bailado aquático perfeitamente coreografado pela natureza.

A experiência com o pirarucu veio a seguir. A simulação de pesca nos conectou com a tradição ancestral dos pescadores da Amazônia. Sentir o vigoroso puxão do “gigante das águas” na linha foi um vislumbre da força bruta que pulsa sob as águas tranquilas, um jogo de paciência e respeito pelo majestoso peixe que habita esses rios.

No calor da tarde, a visita à tribo Tuyuca foi uma imersão profunda na alma da Amazônia. Ouvimos histórias que tecem a tapeçaria do universo amazônico, onde cada fio é uma lenda, cada nó é uma tradição. Os Tuyuca nos receberam não como estranhos, mas como potenciais portadores de suas tradições. Pinturas corporais que significam coragem, danças que contam histórias de origens, e cantos que parecem chamar a própria floresta para junto de nós. O ritual que compartilhamos ali não foi apenas uma cerimônia, foi uma passagem, uma honra concedida e uma lição de vida.

O encerramento do dia foi marcado pelo encontro com os botos. Entrar nas águas para nadar com esses animais icônicos foi como ser aceito em um clã secreto, uma sensação de pertencimento a algo muito maior do que nós. A suavidade com que se moviam ao nosso redor e a curiosidade em seus olhos criaram um laço indelével com o mundo natural.

A noite do festival no Uiara Amazon Resort é uma celebração vibrante que captura o espírito e a energia do Festival Folclórico de Parintins, um dos mais importantes eventos culturais do Brasil. A performance recria a competição entre os bois Caprichoso e Garantido, com dançarinos vestidos em trajes espetaculares, máscaras elaboradas e a energia contagiante da música tradicional.

Fabiano Neves, o talentoso cantor do boi Caprichoso, é uma figura central nessa celebração. Sua voz poderosa e presença de palco carismática são capazes de elevar a experiência a outro nível. Com um repertório que homenageia as lendas amazônicas e a cultura indígena local, Fabiano não é apenas um cantor, mas um contador de histórias que usa a música para tecer narrativas ricas sobre a vida na Amazônia.

Foto divulgação

A performance é uma explosão de cor e som que encanta todos os espectadores, transportando-os para o coração do boi bumbá. Para os hóspedes do resort, essa noite é uma oportunidade de mergulhar na cultura amazônica e sentir a paixão que o povo local tem por suas tradições. É um evento imperdível que fica na memória muito tempo após o final da viagem.

Ao me preparar para a partida, sinto uma mistura de gratidão e admiração por tudo o que vivenciei. O Uiara Amazon Resort não é apenas um local para se hospedar; é um portal para experiências que transformam nossa visão de mundo, nos aproximando da natureza e de nós mesmos. É uma jornada que recomendo a todos que buscam entender e vivenciar a verdadeira essência da Amazônia.

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