Projeto Social

Ator Wal Schneider comemora sucesso do projeto “No Palco da Vida” e ganha apoio da classe artística

Tony Ramos, Dira Paes, Malu Mader, Zezé Motta, Silvero Pereira, entre outros gravam depoimento em vídeo falando sobre o projeto transformador

Publicado em 21/04/2022 12:35
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Depois de estrear na novela Páginas da Vida, de Manoel Carlos, atualmente no ar no canal VIVA, e participar do elenco da novela Espelho da Vida, como um cuidador da fazenda e de cavalos nos dias de hoje, o ator e diretor teatral Wal Schneider se prepara para um 2022 de muito trabalho.

Este ano ele completa 10 anos à frente do projeto “No Palco da Vida”, respeitado pela classe artística e que oferece aulas de teatro a jovens e adultos dentro do Complexo do Alemão. O projeto começou circulando em bairros como Bangu, Campo Grande, até ter a ousadia de alugar um casarão antigo em Olaria, região do Complexo do Alemão. 

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“Eu apresento um teatro possível para os alunos e o público, E esse sonho não se tornou só meu, também dos alunos, tem alunos que se tornaram produtores do projeto como Will Dubrok e Vitor Abreu, que estão há 10 anos comigo. É um sonho para que outros sigam ele e passe o bastão, dar continuidade de um teatro possível”, revela o ator.

O projeto “No Palco da Vida” chamou a atenção de diversos atores famosos como Tony Ramos, Dira Paes, Malu Mader, Zezé Motta, Silvero Pereira, entre outros, que comentaram sobre o projeto em depoimento no vídeo a seguir.

“O que Wal faz é uma coisa muito especial e é incrível perceber que esse sonho tenha se levantado e realizado com tão poucas possibilidades. Sò com muita garra, empenho, vontade e amigos. Isso é para poucos, juntar amigos em torno de um sonho e conseguir realizá-lo. Eu som muito fã do projeto e admiradora do trabalho de toda turma”, declara a atriz Malu Mader.

Ainda este ano, o ator vai estar em um novo projeto, na série “O jogo que mudou a história”, de José Junior, que será exibido no segundo semestre, pelo Globoplay. Ele acaba de lançar o livro “Um palco e muitas vidas” e prepara o lançamento do documentário  “Um salto para o mundo” que conta a trajetória de sua vida, do jovem que saiu de sua terra natal, Tabuleiro do Norte – Ceará, com R$25,00 e de carona em um caminhão de melão, com o sonho de ser ator.

Confira um bate-papo interessante com esse ator que tem uma história de vida cheia de ousadia e superação

Você começou a dar aulas para meninos e meninas, com a cara e coragem no SESC de Ramos, dentro do Complexo do Alemão, como foi essa experiência?

Tudo começou assim que fui convidado em 2003 para dar aulas na UERJ na época em que foi implantado o sistema de cotas no RJ. Ali já era conhecido meu trabalho dando workshops, até que depois de contar minha história no programa do Jô em 2007 fui convidado pelo SESC de Ramos (Região do Complexo do Alemão) para dar oficina de teatro para 50 meninos e meninas, entre crianças, adolescentes e adultos da comunidade do Complexo do Alemão. No processo vi pessoas que vinham da mesma realidade que vim do interior do Ceará, e nos olhos deles estava o essencial para o artista, o brilho nos olhos e a força para fazer arte. Eles me abraçaram, porque eu falava a mesma linguagem deles e de maneira indireta ou até muito direta, eu abria a consciência deles mostrando o poder da arte, da educação e do caráter através de textos de Clarice Lispector, Torquato Neto, García Lorca, Carolina Maria de Jesus… Iniciamos um processo que durou 6 meses na Instituição SESC, que logo depois estreou o espetáculo “Anjos em Agonia” que retratava sobre a realidade de vida deles na comunidade e os problemas sociais que enfrentavam todos os dias. Pois seria muito fácil montar Shakespeare, Maria Clara Machado, seria bom, mas havia uma necessidade maior de falar dos problemas sociais que estavam vivendo naquele momento, época mais perigosa no Complexo do Alemão. Atores que viviam a mesma realidade de seus personagens. É um tipo de teatro que eu acredito, que haja crítica e possibilidades de realizarem os sonhos, mais amor ao próximo e o fundamental o respeito, tanto de religião, opção sexual, raça e vida social. Por esse motivo veio logo depois o Palco da Vida, oferecer aulas de teatro não só para atuar no palco, mas na própria vida.

A ousadia faz parte de seus projetos e de sua carreira, você achou que chegaria tão longe com esse lindo projeto, o Social No Palco da Vida?

Eu carrego sempre carrego a fé naquilo eu almejo. A fé existe, independente da religião eu cada um acredita. Pois sempre sonhei ter um espaço onde as pessoas estudassem teatro, praticassem teatro e respirassem teatro. Mas quem ver hoje o sonho ganhando forma, lembrar que lá trás quando buscávamos uma sede para podermos trabalhar com arte ficamos como mambembe, circulando bairros como Bangu, Campo Grande, igreja até ter a ousadia de alugar um casarão antigo em Olaria, região do Complexo do Alemão. Ressaltar uma das experiências com o grupo no espetáculo “Os meninos da Rua Paulo” (2008), um marco do projeto, ensaiávamos na casa da Sirlene, mãe da Raquel (Uma das alunas), ensaiávamos dentro do trem, ponto de ônibus, para sempre buscar fazer um bom trabalho. Estreamos em 2009 e em 2011, ganhamos o Prêmio de Melhor Expressão Artística pela AABB, no mesmo ano que alugamos a sede. Todo mundo deveria ter uma experiência de teatro na vida, vemos o mundo hoje plantado nas escolas, raramente, um professor de teatro, e o projeto vem 15 anos fazendo esse trabalho de levar teatro com qualidade para o público, desde bons textos, boa música e bons atores. Pois apresento um teatro possível para os alunos e o público. Uma dona de casa pode praticar teatro, empresário, o chefe de cozinha, ou atendente… eu apresento de forma mágica. E tenho orgulho em ver hoje o projeto ser a 1ª escola de arte da região da Leopoldina, é uma conquista. Somos um dos pólos de resistência cultural em Olaria, em volta temos o Cacique de Ramos, o grupo Reduto Pixinguinha e a escola de Samba da Imperatriz Leopoldinense. Ainda mais, que o projeto passou pela quadra dessa escola quando estávamos buscando espaços para fazer teatro.  E esse sonho não se tornou só meu, também dos alunos, tem alunos que se tornaram produtores do projeto como Will Dubrok e Vitor Abreu, que estão há 10 anos comigo. É um sonho para que outros sigam ele e passem o bastão, dar continuidade de um teatro possível.

Tem planos de expandir o projeto para outras regiões além do Rio de Janeiro e dar continuidade a levar arte para outras cidades e público?

Com toda certeza! O sonho de ter uma sede em cada estado do Brasil é algo que sempre tive em mente desde quando começou o projeto. Penso sempre “Imagina outras pessoas terem essa mesma oportunidade de fazer teatro na minha cidade, em outros estados…”. Eu me coloco no lugar de muitos brasileiros que sonham em fazer arte, mas pela condição, lugar, a vida que apresenta, acabam morrendo muitos sonhos e talentos. Digo isso, pois desde criança no interior do Ceará da cidade Tabuleiro do Norte eu sonhava em ser artista graças ao circo, logo veio o sonho de ser ator, por causa das novelas que assistia na casa dos vizinhos ou na televisão que ficava na praça pública da cidade.

Você saiu de sua terra natal, Tabuleiro do Norte – Ceará, com R$25,00 e de carona em um caminhão de melão, com o sonho de ser ator. Hoje você inspira muitos pela sua história de superação. Você se sente realizado?

Sim, acho que só de ter saído da zona de conforto e não me conformar com a realidade que me foi apresentada e arriscar de seguir um sonho, no qual não é fácil, é uma vitória. Fazer todo o percurso, poder ter conhecido pessoas especiais na minha vida, desde Emílio Schneider, que me ajudou e foi meu professor de vida aqui no Rio. Metade das coisas que consegui a gratidão é toda a ele, que foi me guia e mentor nos sonhos de menino. E sempre trago nas minhas palestras e nas aulas que os sonhos são possíveis, porque tive fome de vencer na vida. E essa minha história sempre busco motivar outras pessoas a lutarem pelo que querem. Não só ser ator, mas qualquer profissão de vida que você desejar ser. Realizei, mas quero que outras pessoas realizem sonhos. Falei para mim mesmo, se eu realizasse meu sonho, iria fazer o máximo de pessoas tocar sonhos, no brasil e no mundo. O pedido de Emílio…foi que a grande retribuição é que eu ajudasse o máximo de pessoas possíveis na vida…ele foi o grande incentivador do Projeto no Palco da Vida. Acredito que temos uma missão, e se você conecta com sua missão nessa existência, não tem erro.

Na sua profissão, nos palcos da vida hoje você pode dizer que é melhor atuar ou dirigir? 

Eu gosto muito dos dois.  Meu trabalho como diretor é revelar a beleza interna desses meninos e meninas mostrando que é normal erra, cair, mas pegar esses tropeços para um salto maior. Ou seja, descobrir que é possível realizar seu sonho. Eu fiz minhas possibilidades, então eu estímulo eles a descobrirem seus potencias, tirando as amarras impostas pela sociedade. Mas atuar, ainda é o burburinho que bate dentro de mim desde criança. Vocação eu diria. É uma necessidade que tenho de me expressar através do corpo, voz e meu espírito sendo nas telas da TV ou cinema, no palco ou dentro da sala de aula. Mas é meu ator que faz eu acordar de manhã e dizer “Vamos brincar?”, como se fosse uma criança, como por exemplo, tirar o doce da boca de uma criança, ela vai se desesperar, achar diversas formas de pegar aquele doce de volta. É a mesma coisa o ator. Além de ter sorte de conhecer e ter aula com grandes atores que construíram a história do teatro brasileiro como Paulo Autran, Ruth de Souza, Sérgio Britto, Fernanda Montenegro, Laura Cardoso entre outros falando sobre o ofício do ator, entre outros diretores como Augusto Boal, Ariane Mnouchkine, Gerald Thomas, Patch Adams, Antunes Filho, Zé Celso, Cécil Thiré entre outros, que além de absorver o conhecimento levo os ensinamentos para os alunos do projeto e para a vida. 

Sua carreira tem grande reconhecimento pelas peças que atuou e dirigiu, além dos seus desempenhos no cinema e TV. O que mais falta para Wal Schneider, qual o próximo passo?

Circular com minha palestra, pelo brasil todo que apareçam convites; o contéudo da palestra é narrativa da minha trajetória de vida.  O livro que conta minha história de vida, no qual está sendo produzido para o próximo ano, a pesquisa já começou. E preparação de um solo teatral, falando dos caminhos do artista pelo ofício.

E o que podemos esperar de Wal Schneider em 2022?

Minha cabeça é uma máquina que trabalha 24hs por dia 365 por ano (risos). Também, iremos inaugurar uma arena teatral, para apresentações teatrais, palestras e eventos diversos com capacidade para 80 lugares. Vem o documentário “Um salto para o mundo” que conta minha trajetória de vida. Duas Inaugurações, Sala de leitura Emílio Schneider e o Pátio Paschoal Carlos Magno. Novo trabalho na série “O jogo que mudou a história”, de José Junior, que será exibido na Globoplay, além dos espetáculos dos meninos e meninas do projeto e eventos no projeto No Palco da Vida. 

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