“Precisamos assumir que somos país homofóbico”, diz Leandra Leal

Publicado em 20/06/2017 14:27
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Nesta terça-feira (20), Leandra Leal, defensora das causas LGBTs, participou do programa Jovem Pan Morning Show e falou sobre “Divinas Divas”, filme que comandou e que conta a história da geração de travestis pioneiras do Brasil.

Leandra explicou que o documentário, mais do que político, é uma história de amor. “O filme não é militante. Não foi feito com essa intenção apesar de ser uma camada do filme já que elas são pioneiras que abriram o caminho para muitos direitos LGBTs conquistados. É um filme sobre amor. Meu amor a elas e ao meu ofício, que é a arte e o teatro”, falou.

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Essa história, na verdade, faz parte da vida de Leandra Leal. A 1ª geração de artistas transformistas do Brasil fez suas primeiras apresentações no Teatro Rival, que pertence à família da atriz. “Já conhecia elas desde a infância e comecei a me aprofundar no projeto para o filme”, contou.

“Queria encontrar uma história que me motivasse como artista e cidadã e fosse autoral. Quando vi elas reunidas em cena, vi que isso falava de mim e da minha família. Eu dei novo significado para a história do Rival e foi muito importante para mim”, disse ao contar que a mãe se emocionou ao ver o resultado. “Esse filme é nosso”, falou.

As “divas” do filme começaram a se apresentar nos anos 60, durante a ditadura e, para Leandra Leal, o espaço que elas tinham antes, dentro da arte, era maior. “Elas não podiam sair na rua vestidas de mulher, mas em cena, nos palcos, elas tinham mais espaço do que hoje, o que revela uma caretice da sociedade”, avaliou. “Nós avançamos, mas precisamos assumir que somos um país homofóbico”, falou.

“Enquanto direitos LGBTs foram alcançados, a sociedade é menos receptiva e vivemos uma onda conservadora que acirra o preconceito, o ódio e a intolerância. Precisamos nos assumir como violentos para sair desse lugar”, defendeu.

Ao falar sobre sua primeira experiência por trás das câmeras, assumindo a direção de um projeto, Leandra Leal foi sincera: “é um sufoco”. “Lançar um filme como diretora é pior do que como atriz. Nem sei se vou fazer outro por causa disso”, brincou.

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A atriz explicou que a tensão maior é o nervosismo de não conseguir público para a semana de estreia. “Como diretora, é como se fosse seu filho. Fico pensando em coisas que podem acontecer que são incontroláveis. Por mais que você se esforce, esse filme, que até então dependia de mim, agora não depende mais”, falou.

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