Dudu Nobre sobre racismo sofrido por Seu Jorge: “Doloroso”

Dudu Nobre foi um dos convidados do programa “Encontro com Patrícia Poeta” desta quarta-feira (19), e o cantor falou sobre o episódio de racismo que Seu Jorge sofreu essa semana, os dois são primos.

“A gente bate de frente, mas mas no nosso íntimo é doloroso. É lamentável tudo isso. A gente fica muito triste, né? O Jorge é um cara muito forte, mas quando está na intimidade, dá aquela… Sente!”, contou.

A cantor confidenciou, que apesar de serem combativos contra o preconceito, no final esse tipo de ataque sempre machuca. “Quando a gente é vitimado por uma questão racial, uma tentativa de te diminuir, menosprezar, a gente bate de frente mas no nosso íntimo é bem doloroso”, disse.

Ataque racista

Na sexta-feira (14), Seu Jorge estava se apresentando em Porto Alegre, no Rio Grande do Sul, quando ele decidiu chamar um jovem negro para tocar cavaquinho no palco, e depois fez um discurso contra a diminuição da maioridade penal, e o assassinato de jovens negros em comunidades carentes.

Parte do público começou a vaiá-lo, e imitar o som de macaco. Além disso começaram a chamá-lo de “vagabundo”, e “safado”.

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Inicialmente o artista não iria se pronunciar. Mas, com o fato ganhando a mídia, nesta terça-feira (18), ele resolveu desabafar nas redes sociais.

“O que eu presenciei foi muito ódio gratuito e muita grosseria racista (…) Particularmente, não vi nenhuma pessoa negra no jantar. E as pessoas negras que eu encontrei foram somente os funcionários que, uma coisa que me causou muita espécie, eu ouvi dizer que eles estavam proibidos de olhar pra mim ou falar comigo quando eu chegasse no local do show”, disparou Seu Jorge em um vídeo.

“Não era a cidade que eu reconheci, a cidade que eu comecei a amar e respeitar. Não era a cidade que eu conhecia (…) Ao povo negro do Rio Grande do Sul e de toda a região do Sul, quero dizer que amo todos vocês, e admiro, respeito. E digo também que estamos mais unidos do que nunca e que vamos vencer essa guerra que segrega o nosso povo à miséria e à falta de oportunidade no Brasil”, concluiu.