Fornecedor de teste de Covid-19, Diego Arruda, diz que nem todo teste é 100% eficaz e explica a diferença

Para o importador Diego Arruda, a medida de ampliação dos prazos de validade dos milhões de testes não será eficaz se não mudar a logística de distribuição

Publicado em 21/01/2021 15:20
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A notícia de que cerca de 7 milhões de testes RT-PCR, para a Covid-19 no Brasil teriam os prazos de validade estendidos fez com que muitas pessoas começassem a questionar a eficácia dos exames após os vencimentos, previstos já para o mês de janeiro. A medida, anunciada pelo Ministério da Saúde, seria uma alternativa para evitar o desperdício do material, e para ampliar a testagem na população.

Mas, vencendo ou não prazo de validade, a capacidade de detectar o vírus nos testes que o Governo Federal tem fornecido, nunca foram 100% eficazes. A afirmação é do importador e fornecedor de exames Diego Arruda, que aponta uma falha na logística.

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“A questão não é sobre a qualidade dos testes, e sim, a maneira como são usados. Os testes RT-PCR do Ministério da Saúde precisam da máquina Lacen Fiocruz, para fazer a leitura do teste e emitir o resultado. Poucas cidades do Brasil possuem essas máquinas, que levam sete dias para analisar o material”, detalha. “Ou seja, considerando o prazo de envio, mais o da realização da análise, e o do retorno com o resultado dá mais de uma semana. A pessoa demora a saber se está com o vírus ativo ou não, e os médicos não sabem se orientam os pacientes a ficarem em isolamento ou se estão fora da fase de contaminação”, explica.

De acordo com o ministro da saúde, Eduardo Pazuello, um relatório da Organização Panamericana de Saúde (Opas) atestou a possibilidade de extensão dos prazos. O ministro informou também que a pasta pediu autorização para a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

Logística de apuração
“Pode se aumentar o prazo de validade, mas, na minha opinião, vai acontecer o mesmo daqui a um tempo. As prefeituras não querem mais esses testes do Ministério da Saúde, o que precisa ser feito é uma mudança na forma de detecção”, finaliza.

De acordo com o Ministério da Saúde, há mais de 7 milhões de testes parados no estoque:
2.814.500 têm data de validade que expira em dezembro
3.979.700 vencem em janeiro de 2021
212.900 expiram em fevereiro de 2021
70.800 vencem em março de 2021.

*Diego Arruda está disponível para uma entrevista sobre o assunto.

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