Gabi Lodewijks foi vítima de ‘body shaming’ no passado e hoje dá mentoria a mulheres para uma nova consciência corporal

Publicado em 07/08/2020 23:22
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A especialista em nutrição Gabi Lodewijks aponta o quão cruéis são as pressões da sociedade em relação a padrões estéticos e incentiva mulheres a terem expectativas reais sobre seus corpos.

Muitas vezes, seja na mídia ou nas redes sociais, mulheres de todo o mundo são bombardeadas com imagens de corpos considerados perfeitos para um padrão estético estabelecido, de pessoas magras, sem uma dobrinha no corpo, saradas e sensuais, mas que na verdade correspondem não somente a padrões irreais de beleza para a grande maioria das pessoas, como também muitas vezes não são sinônimo de saúde, acarretando em problemas diversos devido ao baixíssimo percentual de gordura.

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A coach nutricional Gabi Lodewijks, criadora do Projeto Vida Saudável na Holanda, tem expandido sua mentoria mundo afora através da internet, conscientizando mulheres de toda parte a entenderem melhor o seu próprio corpo e a não cederem às pressões do body shaming, que é quando alguém diz a uma pessoa que o corpo dela não é bonito por não se enquadrar nos padrões: “Moro na Europa há muitos anos, mas nasci no Brasil, que é um país com uma cultura onde o corpo físico importa muito, aparentemente mais do que qualquer outra coisa nesse mundo.  Há uma grande pressão da sociedade para que sejamos saradas e lindas sempre. Isto gera imensos transtornos mentais, sociais e principalmente de saúde. É importante que as mulheres mundo afora saibam que magreza excessiva não é saúde e que padrões estéticos são voláteis, mudam de acordo com o tempo e as vontades.”.

Bulimia e anorexia devido ao body shaming

Gabi conta seu depoimento pessoal, onde revela que antes de se tornar uma conselheira e mentora de mulheres que buscam uma vida saudável e expectativas realistas sobre o próprio corpo, também foi uma vítima da pressão da sociedade, sofrendo de anorexia e bulimia em busca do corpo perfeito: “tive períodos com bulimia e anorexia, até que a bulimia prevaleceu, devido ao meu distúrbio de imagem. Padrões de beleza influenciam no desenvolvimento de transtornos alimentares por evidenciarem a cultura do emagrecimento, dizendo que para ser aceita as mulheres precisam estar dentro desse padrão estético estipulado. Um absurdo isso. Assim como eu no passado, há mulheres adoecendo cada vez mais abusando de remédios para emagrecer, cirurgias plásticas, com uma fixação absurda com corpos irretocáveis. Essa cultura, de automutilação em busca de se enquadrar para se sentir bonita, precisa parar.”.

Redes sociais podem colaborar com a distorção de autoimagem

Segundo a especialista, agora com as redes sociais, a pressão e a distorção da autoimagem aumentou: “pois as mulheres querem ser a fulana perfeita, do corpo e da vida perfeita do Instagram, sem perceber que não são vidas e corpos perfeitos, e sim, editados com muito Photoshop ou truques de ângulo e câmera. Com isso, mulheres se frustram e adoecem por muitas vezes não chegar nem aos pés do tão sonhado corpo ideal, o que leva milhares a adquirirem transtornos Alimentares, perturbações no comportamento alimentar, podendo levar ao emagrecimento extremo, à obesidade (devido à ingestão de grandes quantidades de comida), ou outros problemas físicos.”.

Seja saudável, acima das aparências

Para a coach nutricional, a solução é ser saudável e buscar um equilíbrio. Segundo a OMS, mulheres consideradas atléticas têm de 13% a 16% de gordura corporal, enquanto mulheres normais podem chegar aos 22% de percentual: “quando estamos por um período prolongado abaixo de 10% de gordura corporal, isto acarreta diversos distúrbios no nosso organismo, como disfunção do aparelho reprodutor, problemas na produção de hormônios e muitas outras coisas. Já vi mulheres com percentuais de gordura próximos de 5% e isso, embora atenda aos padrões estéticos, da pessoa estar ‘seca’, pele e músculos, não é nem de longe saudável. Estas mulheres certamente terão dificuldades em engravidar e precisarão de reposição hormonal se mantiverem-se neste estilo de vida, o que não é nada bom.”.

Qual é o padrão?

Gabi questiona qual o padrão e a necessidade de atender ao mesmo, sendo uma profissional de nutrição: “Quer dizer que porque trabalho com nutrição comportamental tenho de ser esquelética, com menos de 13%de gordura? Demorei anos para me aceitar, me amar e elevar minha auto estima. Quando vim morar na Holanda percebi que aqui eles não têm a fixação por corpos sarados, querem qualidade de vida e saúde. Não há incentivo à obesidade, claro, mas nem se compara com os excessos ditos fitness do Brasil. Me senti mais a vontade aqui para assumir meus 155 cm de altura, quadril largo, celulites, estrias. Resumindo, uma mulher de verdade, com 2 filhos, 40 anos bem vividos. Isso não me faz uma má profissional, não me impede de ajudar e transformar a vida de mulheres que buscam uma vida saudável e equilibrada. Importante declarar que não estou defendendo o sobrepeso ou a obesidade, pois o excesso de gordura é prejudicial à saúde, mas devemos buscar ter um corpo saudável, sem doenças, não que se enquadre nos padrões da mídia.”.

A especialista revela que, devido às cobranças da mídia, não considera uma tarefa fácil encorajar mulheres a assumirem seus corpos nem tampouco se expôr como uma mulher real: “Me expor assim não foi fácil, ainda mais sendo uma Coach nutricional e tendo de descontrair a imaginação das pessoas de que eu tinha de ser magérrima, mas minha missão é transformar vidas e aos poucos ir mostrando para as mulheres que elas são os seus próprios padrões de beleza. Precisamos nos comparar consigo mesmas, com nossa melhor versão, e não com a modelo sarada de vida editada do Instagram.”.

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