Marcius Melhem se pronuncia após graves acusações publicadas pela revista Piauí

A revista “Piauí” trouxe na manhã desta sexta-feira (4), o detalhamento de graves acusações contra o humorista Marcius Melhem. A reportagem publicada pelo jornalista João Batista Jr, revela denúncias de situações que teriam acontecido principalmente, nos bastidores da Rede Globo.

Entre as vítimas citadas na reportagem está a atriz e humorista Dani Calabresa, que de acordo com a nota, foi a primeira a denunciar os abusos. Em seguida, a coragem de Calabresa, teria motivado outras mulheres a denunciarem também.

Dani Calabresa relatou os episódios para Carlos Henrique Schroder, o nome mais graduado da emissora na área de entretenimento, esporte e jornalismo. O mesmo, naquele momento acolheu a atriz e mandou que a investigação do caso prosseguisse.

Com o início das acusações, a Rede Globo, que em nenhum momento se pronunciou sobre o caso, demitiu Marcius Melhem da emissora. Antes disso, o artista já havia ficado alguns meses afastado da TV, alegando que tinha um compromisso pessoal.

Após isso, um grupo, formado por mulheres e homens, decidiu então escrever uma carta para Carlos Henrique Schroder, cobrando uma posição clara da Globo.

No entanto, Schroder disse que não podia falar sobre o caso concreto. Em relação as denúncias, ele disse: “Esse assunto é encarado de forma tão responsável pela Globo que, em certos momentos, eu cheguei a acompanhar algumas questões de compliance. Faço questão de reiterar que todo relato de assédio, moral ou sexual, é apurado criteriosamente assim que a empresa toma conhecimento. A empresa não tolera comportamentos abusivos em nossas equipes.”

Após a insistência da emissora em manter o assunto sob sigilo, o grupo decidiu escalar a advogada Mayra Cotta para falar sobre o caso, poupando o nome das vítimas. Durante a entrevista, Cotta falou sobre o modo de agir de Melhem. “Foi um chefe que atuou de forma muito violenta com várias atrizes. Houve um comportamento recorrente, de trancar mulheres em espaços e tentar agarrá-las, contra a vontade delas. De insistir e ficar mandando mensagem inclusive de teor sexual para mulheres que ele decidia se iam ser escaladas ou não para trabalhar, se ia ter cena ou não para elas. De prejudicar as carreiras de mulheres que o rejeitaram. De ficar obcecado, perseguindo mesmo. Foi um constrangimento sistemático e insistente.”

Procurado pela revista, Melhem decidiu que não daria entrevista e se pronunciou através de uma nota, que diz o seguinte:

“Nada que eu diga sobre fatos distorcidos ou cenas que jamais ocorreram vai mudar esse perfil construído de abusador, quase psicopata. Qualquer pessoa que tenha convivido comigo sabe que eu jamais cometeria algum ato de violência e que nunca forcei ninguém a nada. Mas parece que o único objetivo está sendo bem-sucedido: a minha condenação na opinião pública. Quero pedir desculpas a pessoas que eu magoei, mas sequer tive o direito de saber quem são elas. O mundo mudou, comportamentos antes naturais estão sendo revistos, e todos precisamos aceitar as consequências de nossos excessos. Venho há um ano trabalhando esse entendimento e estou disposto a assumir qualquer erro ou dano que tenha causado. Mas é preciso que a conversa seja transparente, sem omissões, mentiras ou distorções sobre as relações. É o que eu vou buscar: justiça.“, escreveu ele.

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