Entrevista

Zé Wendell, ator de ‘Pantanal’, revela clima nos bastidores e teste para nova novela da Globo

Artista paraibano abre o coração sobre a participação na novela da Globo, desafios, dificuldades e o futuro na carreira

Publicado em 14/05/2022 16:19
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O ator Zé Wendell fez uma participação na novela Pantanal, da Globo, no capítulo exibido nesta última quinta-feira (12). Na trama, ele interpretou um empresário malandro que tentou aplicar um golpe durante acordo acertado com Tadeu (José Loreto) e Tibério (Guito Show), sob ordem de Zé Leôncio (Marcos Palmeira).

Natural de Cacimba de Dentro, interior da Paraíba, o artista de 39 anos, que construiu sua carreira no teatro, emplacou sua segunda aparição no horário nobre, novamente em parceria com Bruno Luperi, responsável pela adaptação do clássico da década de 90 criado pelo avô, Benedito Ruy Barbosa, na extinta Rede Manchete.

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Em entrevista exclusiva ao Observatório dos Famosos, Zé Wendell revelou detalhes dos bastidores de gravação de Pantanal, como surgiu o convite, e contou que realizou teste para integrar o elenco de Mar do Sertão, próxima novela das seis, escrita por Mario Teixeira, que estreia em agosto. Confira a entrevista na íntegra:

Bastidores de Pantanal

Como foi a experiência de ter feito uma participação especial na novela ‘Pantanal’, que está sendo um sucesso entre o público?

“Fiquei muito feliz com o convite. Não só pelo sucesso que Pantanal está fazendo ou pela qualidade do produto. Mas a novela, além de estar no imaginário novelístico brasileiro e ter uma excelente trama, põe o Pantanal como protagonista. E na atual conjuntura ambiental, acredito ser de suma importância atentarmos para a preservação desse bioma exclusivamente brasileiro. Sem falar que para um ator nordestino, do interior do Brasil, natural de Cacimba de Dentro – Paraíba, ser convidado para participar dessa história que assisti quando criança, é realmente muito gratificante.”

Como foi a sensação de ter contracenado com atores como José Loreto e o estreante Guito Show, que são alguns dos destaques da trama?

Eu não conhecia os meninos, mesmo assim me senti muito à vontade. O clima no set foi de parceria e cumplicidade, o Zé Loreto, é um ator muito talentoso, o Guito, então, já chegou chegando na novela. A troca foi incrível. Não é à toa que a cena rendeu muitos compartilhamentos no meu Instagram. Também não posso deixar de falar do profissionalismo da equipe e o olhar perspicaz da diretora.”

Como surgiu o convite para sua aparição na atual trama do horário nobre da Globo, e qual foi sua reação?

“Eu estava ensaiando minha peça de teatro, quando recebi a ligação da produtora de elenco da novela, Rosane Quintães. Topei de cara. Embora saiba que fazer participação é sempre muito desafiador, porque você tem de criar um personagem única e exclusivamente para aquela cena, sem saber de onde ele vem ou para onde vai. Óbvio, que esse é o trabalho do ator, criar. E como amo desafios, me joguei com todo profissionalismo e dedicação.”

Foi sua primeira experiência com novelas?

“Não. Além de outras participações em 2016, integrei o elenco de apoio da novela ‘Velho Chico’, onde ganhei o personagem Zé do bar, gravei diversas cenas no bar do Chico Criatura. Foi incrível.”

Como surgiu sua paixão pela arte como um todo? É um amor antigo, ou surgiu há pouco tempo?

“Sempre trabalhei como ator. Sou natural de Cacimba de Dentro na Paraíba, mas fui criado em Campina Grande. Lá comecei a fazer teatro no Colégio 11 de Outubro, desde então não parei. Em Campina participei da Cia de Teatro Heureka parreira do Sesi – PB e da Cia Satyricon. Depois vim para o Rio, onde me formei em Artes Cênicas pela UNIRIO e atualmente faço parte da Cia de Teatro OMONDÉ- RJ.”

Zé Wendell e José Loreto (Foto: Reprodução/Globo)

Desafios e dificuldades na carreira

Sabemos que na atuação existem diversos altos e baixos. Quais os desafios que você considera terem sido os mais marcantes?

“A arte da atuação exige muito estudo e dedicação. E sem sombra de dúvidas, considero que o maior desafio da carreira do ator não é o de estar em cena, embora a cena imponha seus desafios, mas o de sobreviver única e exclusivamente de sua arte. Ainda mais num pais onde o governo é inimigo da cultura, tornando o desafio ainda mais extremo. No entanto seguimos resistindo, com muita arte, teatro, novelas, séries e cinema. Até porque como diz o poeta, A vida sem arte não basta.”

Você é natural do interior da Paraíba. Como enxerga o espaço conquistado de forma notória por outros talentos paraibanos além de você, na novela ‘Pantanal’, e que até um tempo atrás, era raro de se encontrar no horário nobre?

“Descobri outro dia que além de diversos atores nordestinos de destaque na novela, como o querido Silvero Pereira e Jesuíta Barbosa, tem o [autor] paraibano Bruno Luperi. Não conheço o Luperi, mas tenho assistido a novela, e ele é realmente muito talentoso. Percebo que a TV no geral está cada vez mais aberta aos talentos nacionais e a pluralidade de nossa cultura, incluindo os diferentes sotaques. Torço que continuemos assim.”

Além da TV, você também já trabalhou no Cinema e no Teatro. Existe alguma dificuldade ou diferença nestas áreas?

“A única diferença são as linguagens, no palco você tem que falar para o espectador da fila lá de trás, na TV e no cinema para a câmera. No entanto o que deve prevalecer na atuação, independente da linguagem, é a verdade. Essa é essencial. A propósito, no final do ano passado gravei meu primeiro filme, fiz uma participação em ‘O Mensageiro’, filme da cineasta Lucia Murat. Fui a convite dela e já quero mais.”

Zé Wendell e José Loreto (Foto: Reprodução/Globo)

Zé Wendell em próxima novela na Globo

Após ‘Pantanal’, há planos e/ou convites para outras produções na TV?

“Recentemente, fiz teste para a nova novela das seis, ‘Mar do Sertão’, e também voltamos, eu e minha Cia Omondé, com nosso mais recente espetáculo ‘Auto de João da Cruz’, texto inédito de Ariano Suassuna. Fizemos o circuito SESI, aqui no Rio de janeiro, e em breve retornaremos aos palcos com essa peça. Esse ano ainda.”

O que te motiva a continuar sua jornada na atuação?

“A arte é minha vida. E isso parece irreversível. Ser ator para mim é poder tocar na alma das pessoas, fazer rir e emocionar. Se conseguir esse feito, nem que seja por alguns instantes, terei cumprido minha missão. Sem falar, que acredito na arte como instrumento de transformação social. E esse debate é público e deve continuar sendo.”

Quais estrelas da dramaturgia nacional que você considera uma verdadeira inspiração?

“A lista é enorme. Não caberia aqui, mas citarei alguns. Tirando os artistas que compõem minha Cia Omondé, artistas talentosos de mão cheia, serei clichê: as Fernandas [Fernanda Montenegro e Fernanda Torres], mãe e filha, Marco Nanini, Camila Morgado e Lee Taylor.”

Zé Wendell (Foto: Aladim Monteiro/Reprodução/Instagram)
Zé Wendell (Foto: Aladim Monteiro/Reprodução/Instagram)
Zé Wendell (Foto: Aladim Monteiro/Reprodução/Instagram)

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