PUBLIEDITORIAL

Francesco Pellegatta reúne ícones de grandes canais para debater sobre a TV Regional pós-pandemia

Na ocasião, diretores de emissoras regionais falaram sobre a presença dos canais em mídias digitais e como o telespectador vem consumindo a programação da TV

Publicado em 09/05/2022 16:57
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O escritor e palestrante italiano Francesco Pellegatta realizou uma live em sua conta do Instagram na última quinta-feira (6) e trouxe convidados de peso para discutir o futuro da televisão regional no Brasil.

Para falar sobre essa questão, participaram do encontro a  Diretora Geral do Grupo Norte de Comunicação, Loredana Kotinski; o Diretor da Band Norte e Nordeste, Augusto Correia, e Marcus Yabe, Diretor da área de ideação e lançamento de produtos e de conteúdo, e coordenador estratégico de convergência do Grupo RIC.

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Com ampla formação e passagens por diversos veículos de comunicação e empresas do ramo, os convidados falaram sobre o tema central do encontro, “O novo rosto da TV Regional no período pós pandemia”, mediados por Pellegatta, que é Diretor Executivo do Francesco Pellegatta Institute, formado em psicologia e um dos maiores nomes da técnica PNL no mundo.

Iniciando o bate-papo, Francesco trouxe o questionamento do que o público espera da TV Regional. Loredana iniciou respondendo que esse público espera que seja retratado o dia a dia da cidade, aquilo que interessa pra ele.

“A TV Regional é hoje, com todo o processo digital, todas as mídias digitais multiplataforma, uma possibilidade também do telespectador se expressar, dele participar, dele opinar, dele fazer a notícia junto. Então, eu acho que a TV Regional está cada vez mais próxima do público, mas ela precisa ter essa visão, de abrir e deixar a população participar”, concluiu.

Em seguida, Augusto trouxe reflexões a respeito da pergunta, ao confirmar que o cidadão telespectador quer ser representado pela emissora, principalmente no Nordeste.

“(…) O nordestino, principalmente, gosta de se ver na televisão. Evidente que o conteúdo nacional é importante, mas o telespectador quer se ver, quer ser representado, ele quer que o que mostre na televisão seja um problema dele. O buraco na frente da casa dele, ele quer ver resolvido e, muitas vezes, quem resolve, quem convoca o Poder Público, é a emissora local”, declara o diretor.

Depois, foi a vez de Marcus contribuir, ao dizer que um grande fenômeno que tem acontecido é que as histórias que são contadas na TV Regional são de interesse de vários cantos do Brasil.

“No último mês, tivemos no consolidado de ibope o total de 600 mil pessoas, mais ou menos, num mês, num programa do nosso almoço. Esse mesmo programa, que nós disponibilizamos em diversas plataformas, inclusive no Youtube, atinge hoje três milhões de pessoas, e a maior audiência não está no Paraná, está no Estado de São Paulo. Então, por que as pessoas, mesmo em um programa como o Balanço Geral, extremamente popular, que presta serviço, fala sobre comunidade, estão interessadas? Porque é uma coisa que liga também”, diz Yabe.

O mediador trouxe mais uma questão relevante sobre se o principal produto da TV Regional ainda continua sendo o jornal ou se as coisas estão mudando. Para respondê-lo, Yabe iniciou dizendo que o conteúdo jornalístico continua sendo o principal produto dos grupos regionais, pelo menos no Paraná.

“(…) A gente começa a ter uma visão diferente. Não importa de qual plataforma venha o público, importante é a nossa repercussão e o comercial conseguir monetizar isso com publicidade. Então, hoje, por exemplo, de todos os nossos programas (nós temos quatro emissoras no Paraná, 16 programas), acho que tem apenas dois ou três que a audiência digital não suplanta a do veículo tradicional. Isso é um ponto importante”, relata o Diretor.

E dá continuidade: “Só que nós também entendemos que a gente precisa começar a gerar outros tipos de conteúdo que atraia o público regional, para ele se sentir representado. No último ano, nós criamos uma forte frente de movimento de produtos e formatos originais, na área do entretenimento. Então, o jornalismo-notícia ainda é muito importante, só que a gente entendeu que não pode ficar limitado a esse formato, a gente precisa também entregar novas experiências”, conclui.

Já Correia, trouxe dados de que, na região Nordeste, os produtos, fora do jornalismo, que mais têm ganhado força são as transmissões de grandes festividades.

“Nós temos feito bastante eventos, talvez porque o Nordeste é uma nação festeira, então o nosso maior produto, a exemplo de Salvador/BA, é o Carnaval. Além disso, o São João, essa sim a grande festa nordestina. Então, esse produto embalado para a grande TV, é sempre um grande produto”, explica Augusto.

Kotinski levantou um tema reflexivo sobre o formato que a TV deve ter nos próximos anos.

“A tendência, na minha opinião, das emissoras de televisão, assim como das emissoras de rádio, é elas se tornarem cada vez mais personalizadas, apesar de cada vez mais globalizadas por conta da mídia digital”. E acrescentou, dizendo que “(…) cada vez mais, a televisão deixa de vender comercial e passa a vender conteúdo, ela passa a entregar solução pros clientes. É uma forma da gente monetizar melhor e de resgatar e aumentar a audiência, só que em várias plataformas”.

Augusto falou também sobre a audiência da TV Regional em relação à TV Nacional. “Aos poucos, todas as emissoras têm percebido que as maiores audiências, de qualquer emissora deste país, estão no conteúdo local. Quanto à multiplataforma, esse é um caminho sem volta”.

Yabe aproveitou a fala do colega para concordar e dar sua opinião.

“Eu vejo que a TV vai, cada dia mais, ter a audiência fragmentada. O acumulado vem caindo em todo país; enquanto isso, as nossas audiências em redes sociais não param de crescer, nos nossos portais também. Nós queremos ser o  portal do Paraná pra todo mundo, não importa aonde”, explica o Diretor.

Francesco Pellegatta não poderia deixar de falar sobre o impacto da pandemia na TV local, em especial relacionado à publicidade neste meio de comunicação.

Sobre a questão, Marcus verificou que houve uma migração muito mais rápida das audiências e uma modificação delas. “(…) Muito da programação regional está calcada em um hard news bem violento e muito de acidente e, em alguns momentos, o público começa a rejeitar isso e a gente precisou ser muito rápido para entender esse movimento”.

Além disso, Yabe percebeu que, principalmente no pós-pandemia, as pessoas começaram a sair mais e a consumir menos o conteúdo televisivo.

Em relação à diminuição da audiência por conta da pandemia e de seu pós, Correia discordou do colega, ao notar que a pandemia favoreceu o meio televisivo, porque, apesar das pessoas estarem saindo e o turismo na região estar aumentando exponencialmente, a população de modo geral não possui poder aquisitivo alto, em relação à região Sul, por exemplo, para sair e também para manter um sistema de wi-fi em suas residências, então ainda se mantém fiéis à programação da TV, que é mais acessível, e não tanto às mídias alternativas.  

Sobre a pandemia, Loredana citou que houveram dois momentos. “A audiência da rádio e da televisão na pandemia cresceu demais. (…) Com a pós-pandemia e abertura de tudo, a gente tem sentido uma queda na audiência, verdade. Então, parte do que o Augusto fala tem tudo a ver com a nossa realidade”.

E continua: “Mas, também, como fala o meu colega do Paraná, o digital é um caminho sem volta. Ou você olha pra todos os públicos ou você não consegue fazer. Hoje, você tem que ir atrás da audiência, não é mais a audiência que vem atrás de você”.

Para finalizar, Correia disse que foram feitas muitas mudanças na programação e houve um crossmídia mais acentuado, trazendo um ano de 2020 muito bom, apesar das previsões negativas. “Nós descobrimos e aceleramos caminhos”.

“Cada vez mais a gente aprende a estar atento, porque nós não somos mais os únicos produtores de conteúdo com mais cinco concorrentes. Hoje todo mundo pode produzir conteúdo”, conclui Marcus, ao alertar para o olhar atento que deve haver da TV tradicional para os novos formatos de consumir e produzir conteúdo, e da possibilidade que a mídia tradicional tem de absorver esses novos recursos.

Legenda Marcus Yabe

“Então, por que as pessoas, mesmo em um programa como o Balanço Geral, extremamente popular, que presta serviço, fala sobre comunidade, estão interessadas? Porque é uma coisa que liga também”

Marcus Yabe (Foto: Divulgação)

Legenda Loredana:

“A TV Regional é hoje, com todo o processo digital, todas as mídias digitais multiplataforma, uma possibilidade também do telespectador se expressar, dele participar, dele opinar, dele fazer a notícia junto.”

Loredana (Foto: Divulgação)

Legenda Augusto Correia

“Aos poucos, todas as emissoras têm percebido que as maiores audiências, de qualquer emissora deste país, estão no conteúdo local. Quanto à multiplataforma, esse é um caminho sem volta”.

Augusto Correia (Foto: Divulgação)

Legenda Francesco

Francesco Pellegatta, o Papa da Programação Neurolinguistica no Brasil, considerado por muitos o Rei das Lives. Possui no seu perfil do Instagram (@francesco_pellegatta) um TalkShow, denominado ENTREVISTA ESPECIAL, onde realiza entrevistas e promove debates construtivos, de segunda a sexta, com personalidades, sempre às 19h30.

Francesco Pellegatta (Foto: Divulgação)

Conteúdo produzido e enviado por Aldair dos Santos

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