Rita Lee: diretor de arte gay fala da importância da cantora para comunidade LGBTQ+

Ale Monteiro relembra legado e diz: “A carreira dela influenciou na minha"

Publicado em 16/05/2023 10:42
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A cantora Rita Lee faleceu na última segunda-feira, 8, e deixou uma legião de fãs. Com letras que eram consideradas à frente do seu tempo, sendo algumas até mesmo censuradas, ela marcou seu nome no cenário do rock nacional. Um desses fãs é o diretor artístico Ale Monteiro, que a partir de agora lembrará com carinho de alguém que foi tão importante para sua descoberta enquanto homossexual.

“Rita fez parte da minha descoberta enquanto homem gay. Na verdade, esse processo aconteceu de forma natural quando comecei a me interessar por MPB, já que antes mesmo de eu nascer ela já era uma aliada da comunidade. Conforme fui me interessando e pesquisando, acabei entendendo melhor sobre mim mesmo, além de conhecer outros ícones como ela”, conta. “Sempre soube que ela era uma artista que nos defendia abertamente”.

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Ao recordar que Rita se considerava uma “viadona”, Ale diz que esse termo era (e ainda é) usado de forma pejorativa para ofender homens homossexuais: “Quando ela fala isso, soa como elogio ou sinônimo de qualidade. Hoje o preconceito ainda existe, mas muitos pegaram essa palavra para falar de si próprio”, relembra, antes de apontar que ela foi uma grande referência para toda a comunidade LGBTQ+ brasileira: “Ter alguém público que nos apoia faz sentir que somos respeitados e acolhidos, coisa que nem sempre aconteceu. Ainda bem que, depois dela, muitos passaram a defender a causa. A representação hoje em dia é muito maior, já que temos nomes que irão continuar trilhando o caminho que ela começou”.

Quando pensa em como ela pode continuar impactando as novas gerações, o diretor não tem dúvidas ao afirmar que ela continuará fazendo a diferença, assim como fez com tantos outros: “Ouso dizer que ela afetou positivamente a vida de muitas pessoas porque era livre e incentivava que todos fossem assim. Ela era revolucionária e abordava temas que eram vistos de forma tão polêmica, mas de uma maneira simples. Hoje percebo que ela incentivou que eu, enquanto profissional, ousasse mais e me arriscasse também, deixando de lado o medo do que os outros iriam pensar. Isso me ajudou a crescer”

Por fim, ele diz que, além do trabalho da cantora, muitos começaram a combater a homofobia e a transfobia: “Ela começou a falar disso numa época onde as coisas ainda eram muito enquadradas, né?! Mas, vejo, sim, que as músicas dela ajudaram também nisso. Até hoje, inclusive, podemos ouvir e saber que ela lutava para que não existisse mais nenhum tipo de preconceito. Como ela mesmo falava: ‘Não tenho paciência para homobofia’. E é isso. Rita foi e continuará sendo importante para toda a comunidade LGBTQ+. Seu legado permanecerá e, enquanto o último fã existir, ouvirão falar sobre ela”, finaliza”.

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