Ficcção x vida real

Especialista fala sobre o caso de estupro na novela “Travessia” e inteligência artificial

Camilia Silveira fala sobre esse assunto tão delicado

Publicado em 22/03/2023 20:00
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Imagine que, da noite para o dia, seu rosto esteja em um vídeo que não foi você quem gravou e ainda fazendo coisas que você nunca fez.

Ou, quem sabe, um conteúdo em que seu artista preferido fala com você e torna-se seu amigo pela proximidade que as redes sociais proporcionam e ainda mostra a jovens sonhadores a tão sonhada chance de viralizar com sua ajuda. Atualmente, a técnica capaz de sintetizar imagens e sons e, de certa forma, viabilizar tais produções tem nome: deepfake.

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Relativamente nova, com pouco mais de quatro anos, a tecnologia ainda é utilizada em grande escala para brincadeiras, mas riscos e crimes infelizmente também começam a surgir

Atualmente, a novela ‘Travessia”, escrita por Gloria Perez exibida pela Globo relata um enredo aterrorizante com Karina interpretado de forma brilhante pela jovem atriz (Danielle Olímpia), adolescente que virou presa de um pedófilo virtual.

Camila Silveira fala sobre o assunto Foto: Divulgação

“Na novela das 9 da Globo, novos crimes cibernéticos que muitos pais e usuários nem imaginam, são claramente mostrado como são feitos e possíveis em nosso dia a dia servindo de um alerta importantíssimo para uma situação que todos nós estamos sujeitos e muitas vezes vulneráveis por não conhecer tamanho avanço da tecnologia que pode ser utilizada de forma tão negativa”, fala a especialista.

“Na trama criminoso interpretado por Cláudio Tovar usa uma ferramenta de deepfake ao vivo para se passar pela atriz Bruna Schuler (Giullia Buscacio) e conversar com Karina. A vítima acredita que está fazendo um teste para ser atriz como a “amiga” e já mostrou o corpo ao abusador. Por mais maluca que possa parecer, o drama é próximo à realidade, já que o deepfake ao vivo já existe, e casos graves de pedofilia estampam noticiário” afirma Camila.

Ferramentas de inteligência artificial têm sido usadas para diversos crimes atualmente, outra situação corriqueira tem sido também os chamados “deep Fakes” que é o uso de aplicativos para remover roupas de fotografias de mulheres, efetivamente criando nudes falsas. Essas deep fakes são frequentemente ilegais, e podem ser usadas para expor, constranger e assediar pessoas, as quais não deram consentimento para ter suas imagens exploradas dessa forma e em diversas vezes chantageadas por fotos que nem tiraram.

O que fazer em caso de abuso
Caso sejam vítimas desses crimes, a orientação é preservar evidências e registrar um boletim de ocorrência.
“Para fazer a denúncia, é importante coletar todo tipo de evidência que comprove: capturas de tela, prints, URLs, etc.”

Paralelamente, deve ir numa delegacia, tanto de crimes cibernéticos quanto da mulher, e registrar queixa.

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